Você costuma postar fotos dos seus filhos, sobrinhos ou netos nas redes sociais? Essa prática, aparentemente inofensiva, pode colocar em risco justamente aqueles que você mais ama. O perigo da pedofilia online não é novidade, mas um termo ganhou força nos últimos dias: adultização.

A discussão ganhou destaque nas redes sociais e chegou até o Congresso Nacional depois que o youtuber Felca publicou um vídeo denunciando o influenciador Hytalo Santos por exploração sexual de menores. O vídeo já ultrapassa 47 milhões de visualizações (nesta quarta, 20) e trouxe à tona como os próprios algoritmos das plataformas digitais podem alimentar esse problema, num mecanismo apelidado de “algoritmo P”. A lógica é cruel: se o sistema identifica interesse em conteúdos que sexualizam crianças, ele passa a recomendar cada vez mais esse tipo de material, abrindo espaço para predadores e ainda monetizando esse ciclo nocivo.

Segundo a Fundação Abrinq, a adultização acontece quando crianças são expostas precocemente a comportamentos, responsabilidades e estímulos próprios do mundo adulto — o que pode gerar marcas emocionais e psicológicas profundas. O Ministério Público da Paraíba já investiga não apenas influenciadores, mas também pais e responsáveis que, por omissão, permitem esse tipo de exposição.

No Congresso, o chamado “PL da Adultização” deve ser votado ainda hoje. O projeto pretende ampliar a proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital. Mas até que ponto leis e regulamentações serão suficientes diante de um cenário em que algoritmos premiam justamente o que mais choca e prende a atenção?

É nesse contexto que entra a importância da educação sexual: ela não é sobre “ensinar sexo”, mas sobre dar ferramentas para que crianças e adolescentes compreendam seus limites, aprendam a se proteger e reconheçam abusos. Também é sobre preparar famílias e educadores para identificar sinais de exposição precoce e agir de forma responsável.

E para aprofundar esse debate, nesta quarta, a partir das 14h, Tatiana Lagoa comanda uma conversa ao vivo nos canais O Tempo e O Tempo Livre no YouTube. Junto das jornalistas Cinthia Castro e Renata Nunes, ela recebe a psicóloga, educadora e terapeuta sexual, Cida Lopes, para discutir os impactos da adultização e os caminhos possíveis para proteger as novas gerações.

Participe!