Você consegue perceber quando está se traindo? Quando se distancia da sua própria essência? Muita gente não sabe nem por onde começar a responder essas perguntas e isso não é sinal de fraqueza. A verdade é que, desde cedo, somos treinados a silenciar o que sentimos, a engolir nossos desejos e a seguir padrões que não necessariamente fazem sentido pra nós. A desconexão com a própria essência não vem, na maioria das vezes, de um grande baque da vida, mas de pequenas desistências de si mesmo que se acumulam ao longo do tempo.

Vivemos em uma sociedade que impõe papéis, exigências e pressões invisíveis que minam nossa energia e obscurecem nossos desejos. Manter relações por sobrevivência, sorrir por educação, engolir palavras por medo ou exaustão... Tudo isso nos afasta de quem somos. Em meio a tantas adaptações, é fácil deixar de viver o próprio plano e passar a existir apenas para atender às expectativas alheias.

O desafio está em voltar para si mesmo. E isso exige coragem; a coragem de se olhar com sinceridade, de rever histórias antigas com novos olhos, e de assumir que você não é mais a mesma pessoa de dez anos atrás. A busca por essência não é sobre retornar ao passado, mas sobre reconhecer o que ficou adormecido em você e escolher resgatar isso com consciência.

Autoconhecimento é, acima de tudo, um ato de resistência. É dizer “não” ao que machuca, “sim” ao que expande, e ter clareza suficiente para perceber quando é hora de se reposicionar. Afinal, não dá pra ser protagonista da própria vida enquanto se vive apenas para agradar os outros.