Um destino da sexualidade. Assim é vista a transexualidade pelo psicólogo e psicanalista Paulo Roberto Ceccarelli, professor do departamento de psicologia da PUC Minas.
Segundo ele, no caso da mulher transexual, existe a grande dificuldade de aceitação do pênis que possui, e o homem transexual tenta a todo custo esconder os seios. Essa questão é a diferença-chave para os travestis, que não abdicam do falo. A transexual tem uma parte de seu corpo que não reconhece como sua. É como uma pessoa que nasce com seis dedos. A travesti sabe que é homem, diz.
Considerando que o lado social é o maior problema de qualquer pessoa, ele orienta que os pais e escola saibam lidar com os casos. A falta de aceitação pode desencadear a reclusão daquele que sofre preconceito. O suicídio e o sujeito que se automutila são comuns, alerta Ceccarelli.
O professor alerta para a necessidade de temas como a transexualidade serem tratados nas escolas, cujo programa deveria passar por reformas. Educação sexual não é colocar camisinha na banana, diz. Ele ainda lembra que a sociedade está mudando e que muitas crianças estão sendo adotadas por casais homossexuais, fato, que a escola não poderá ignorar mais. (AJ)