Se você já passou, há um tempo, dos 20 anos de idade, provavelmente deve se lembrar o que significava a palavra ‘buteco’ antigamente. Em geral, ela se referia a estabelecimentos não muito bem cuidados, frequentados, sobretudo, pelo público masculino.
Porém, nos dias de hoje, a realidade é outra. Completando duas décadas neste ano, o evento Comida di Buteco revolucionou esse mercado, gerando mais qualificação e profissionalização aos investidores do ramo, atraindo a diferentes perfis de público e elevando a definição de ‘buteco’ a outro patamar.
Tendo como proposta a transformação de vidas, o concurso, a cada ano, premia um estabelecimento de cada cidade participante que oferece um prato de destaque – feito de acordo com um tema pré-determinado – em todo o Brasil, eleito pelo próprio público e por um júri técnico. Além disso, há três anos também elege o melhor ‘buteco’ do país. E os resultados desse evento podem ser vistos das mais diferentes formas, inclusive com números bastante relevantes.
Para se ter uma ideia, ao longo de 20 anos foram 5.200 estabelecimentos participantes, sendo que há a dinâmica de renovação dos 20% – anualmente, os participantes que apresentam a menor nota dão lugar a outros ‘butecos’. Além disso, foram mais de 5 milhões de votos, cerca de 3,5 milhões de petiscos vendidos e 50 mil empregos diretos gerados. Já na esfera digital, são mais de 650 mil fãs nas redes sociais, mais de 25 milhões de alcance e de 8 milhões de page views ao ano.
“O Comida di Buteco trouxe muita contribuição para o país como um todo. Diversos estabelecimentos foram tirados de uma visão marginal para estar sob os holofotes. Pessoas de várias classes sociais vão a esses locais, participam e se encantam pela comida, pelo atendimento e pelo ambiente”, destaca a coordenadora do concurso Flávia Rocha.
Além disso, o evento foi se consolidando no calendário brasileiro e, atualmente, já é ansiosamente aguardado como diversas datas comemorativas são, como o Carnaval e as festas juninas, por exemplo, conforme relata uma das sócias do Comida di Buteco, Maria Eulália Araújo.
“A gente vem fazendo esse esforço de manter o Comida di Buteco sempre no mês de abril, que é um período que, hoje, evidencia a cultura de ‘buteco’ em todo o país. Em diversas cidades, já vemos as pessoas comparando o evento a outros de grande relevância no Brasil”, afirma ela.
Conforme frisa Maria Eulália, os ganhos socioeconômicos abrangem toda uma cadeia e, inclusive, influenciam carreiras. “Os pais querem ver os filhos trabalhando nesses locais. Os filhos, por sua vez, querem estudar administração ou gastronomia, por exemplo, para que possam dar continuidade aos negócios da família”, destaca.
Fidelidade às origens deve garantir futuro
Se depender dos envolvidos no Comida di Buteco, todo esse sucesso que o evento tem feito não vai parar por aqui. Conforme destaca o organizador Filipe Tosta, um dos segredos para tantos resultados bons é o fato de o evento ser sempre fiel às suas origens, de resgatar pequenos negócios familiares.
“Em qualquer negócio, as modas vêm e vão e muitas pessoas sucumbem e mudam o foco. É bacana vermos que, durante duas décadas, a gente sempre manteve o foco, embora houvessem muitas sugestões para mudarmos. Queremos promover ainda mais o evento, consolidando as cidades que estão em desenvolvimento. Esperamos muita gente nos ‘butecos’ e que todos celebrem conosco”, diz.
Maria Eulália Araújo, uma das sócias do Comida di Buteco, por sua vez, destaca que, muitas vezes, iniciar um projeto é algo mais fácil do que dar continuidade a ele. Dessa forma, o evento nunca deixa perder de vista um fator essencial: o senso de renovação.
“O modelo do Comida di Buteco já é inovador em sua genética. Temos um olhar atento para o evento, 24 horas por dia, 365 dias por ano. Há um esforço incessante para que uma edição seja melhor do que a outra. A gente nunca se contenta em fazer algo igual”, frisa a profissional. “Todas as pessoas da nossa equipe têm no sangue a necessidade de inovar e entregar um evento melhor a cada ano”, destaca ela.