Em apenas 2,5 hectares (25 mil m²) na fazenda São Sebastião, em Baldim, a 142 km de Belo Horizonte, o aviário Galo Gigante tem um plantel de 160 matrizes e 16 reprodutores da raça brasileira galo índio gigante. E, mesmo com uma produção semanal média de cerca de 448 ovos férteis – usados para reprodução –, e 224 pintos de um dia de idade, o aviário tem uma fila de espera de ao menos um mês para quem quer comprar uma dúzia de ovos a R$ 150 e um filhote a R$ 40. “São colecionadores ou produtores que compram. É uma ave exótica”, conta o proprietário Geraldo Gonçalves.

E a valorização também passa para a fase adulta. Um galo índio gigante com seis meses custa R$ 500, uma galinha com seis meses custa R$ 300 cada. Por isso, Gonçalves explica que é melhor comercializar a ave adulta. “Mas já vendi reprodutor por R$ 6.000”, conta Gonçalves.

No aviário, todos os galos têm mais de um metro de altura, e o maior reprodutor possui 1,11 m e pesa 5,160 kg. “Mas já tivemos caso de reprodutor com 1,14 m e 8 kg”, informa o médico veterinário Edgard Caldas, responsável pela assistência do plantel.

O galo índio gigante também tem mercado garantido nos restaurantes de comida mineira. “As aves que não passam no processo de seleção são vendidas para o consumidor final ou restaurante de comida típica”, conta o médico veterinário. O preço, neste caso, é de R$ 200 a arroba.

Lucratividade. O proprietário do aviário, Geraldo Gonçalves, faz uma série de cálculos para mostrar a vantagem de ter o galo gigante. “Uma galinha dessa raça dá uma receita maior que três vacas num ano”, compara. Em números, Gonçalves conta que a galinha dá uma receita bruta de R$ 3.000 por ano, enquanto a vaca de corte dá R$ 900 por ano de receita bruta.

Gonçalves diz ainda que o galo gigante é a raça nelore da avicultura. “Uma vaca nelore comum vai custar R$ 3.000 e uma vaca top chega R$ 500 mil ou até mais. Assim, vai apurando a raça e ganhando nome no mercado”, acrescenta o produtor que está sempre procurando exemplares diferenciados.

Nos resultados, Gonçalves também não tem do que reclamar. É que o negócio do galo gigante dá uma lucratividade em torno de 50% ao ano, assim como as vendas, que crescem cerca de 30% ao ano. Por isso, o produtor, que também é advogado, quer dobrar o plantel atual de mil aves num período de dois anos. “Criar galinha é motivo de chacota, é considerado uma atividade feminina. Mas, se colocar na caneta, a realidade é outra”, conclui Gonçalves. 

Custo de produção é barato e infraestrutura pode ser simples

O custo de produção de um galo gigante não acompanha seu tamanho avantajado. Isso porque são gastos cerca de R$ 30 por ave, desde o nascimento até a idade de quatro meses no aviário Galo Gigante em Baldim, na região Central do Estado.

E a manutenção dessa ave gigante também não demanda planejamentos complexos. “A infraestrutura é simples, pois as aves são rústicas. Qualquer pessoa poderá iniciar a criação do galo gigante utilizando instalações subutilizadas do seu sítio ou propriedade rural”, ensina o médico veterinário do aviário, Edgard Caldas.

“É uma ave natural, que fica solta, vacinada e sem hormônio”, conta o proprietário Geraldo Gonçalves, que iniciou o negócio com dez aves, em 2005, em Baldim. “Comecei a selecionar aves na fazenda do meu pai, em Felixlândia”, conta Gonçalves.