O secretário geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, emitiu um alerta sobre o rápido avanço das alterações climáticas, que chamou de “uma ameaça à nossa existência”, e a possibilidade de agravamento das divisões geopolíticas e das desigualdades no mundo em 2019. O aviso foi feito em mensagem de fim de ano divulgada pela ONU neste sábado (29).
“No ano passado, eu emiti um alerta vermelho, mas os perigos que mencionei ainda persistem. São tempos de ansiedade para muitos. E o nosso mundo está a passar por um teste de stress”, afirmou o secretário geral em vídeo em português, sua língua nativa.
Sem citar diretamente os Estados Unidos do presidente Donald Trump, que no ano passado anunciou sua saída do Acordo de Paris, além de ter tomados medidas mais drásticas contra a entrada de imigrantes no país, Guterres ressaltou que a desigualdade e a intolerância no mundo estão aumentando. “As alterações climáticas avançam muito mais rapidamente do que nós. As divisões geopolíticas estão a aprofundar-se, tornando os conflitos mais difíceis de resolver. Um número recorde de pessoas está em movimento na busca de segurança e proteção”, prosseguiu.
Apesar do cenário pouco animador, o chefe da ONU ponderou que 2018 registrou momentos importantes de esperança por tempos melhores. Ele citou as negociações sobre o Iêmen, o acordo assinado entre Etiópia e Eritreia e outro acordo entre as partes do conflito no Sudão do Sul, todos trazendo perspetivas de paz para as regiões.
“Agora temos de aumentar a nossa ambição para combater esta ameaça à nossa existência - as alterações climáticas. É tempo de aproveitarmos a nossa última melhor oportunidade”, destacou.
O secretário geral lembrou ainda da mobilização dos cidadãos para apoiar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que fazem parte da Agenda 2030 da ONU em busca de um projeto global de paz, justiça e prosperidade em um planeta saudável. “Quando a cooperação interancional funciona, o mundo ganha”, afirmou Guterres.
“Em 2019, as Nações Unidas vão continuar a aproximar as pessoas, a construir pontes e a criar espaço para soluções. Vamos manter a pressão nesse sentido. E nunca desistiremos”, completou o chefe da ONU, fazendo um chamado para que todos os cidadãos enfrentem juntos as ameaças com que nos defrontamos, defendendo a dignidade humana em busca da construção de um futuro melhor.
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