Sessenta membros das forças de segurança venezuelanas desertaram e cruzaram a fronteira com a Colômbia, informou a autoridade migratória colombiana, em meio a uma escalada das tensões pelo ingresso anunciado de ajuda humanitária à Venezuela.
São “60 membros das diferentes Forças Armadas da Venezuela (que) fugiram da ditadura de Maduro por Norte de Santander e Arauca, durante o dia de hoje”, informou em um comunicado a Migração da Colômbia.

O processo de deserção começou na manhã de hoje, quando quatro membros da Guarda solicitaram a proteção das autoridades da Colômbia na cidade de Cúcuta, informaram fontes oficiais.

Um jornalista da AFP observou o momento em que quatro membros de forças de segurança passaram para o lado colombiano pela ponte Simón Bolívar, fechada na véspera por decisão de Maduro.

A Polícia colombiana lhes deu proteção e um deles, que usava uniforme da Guarda Nacional Bolivariana, chorou com as mãos erguidas, após agradecer por ter podido cruzar a fronteira.

Um dos uniformizados se apresentou com o major Hugo Parra, que usava um uniforme da Força Armada Nacional Bolivariana.

"Reconheço nosso presidente, o engenheiro Juan Guaidó, e estarei em luta junto ao povo venezuelano em cada marcha", declarou Parra a jornalistas após sua chegada à cidade colombiana de Cúcuta, onde foi recebido pelo líder da oposição venezuelana.

As primeiras deserções ocorreram antes de que Guaidó anunciou a saída da ajuda em caminhões com alimentos e insumos médicos doados pelos Estados Unidos e seus aliados.

Guaidó, que é reconhecido por 50 países como presidente interino, ofereceu anistia aos membros da força pública que romperam com Maduro. 

"Os soldados com quem eu tenho falado têm respondido ao seu desejo de vida e futuro para os seus filhos que o Usurpador não lhes garante. Soldado venezuelano, a mensagem é clara: faça o que manda a Constituição. Haverá anistia e garantias para quem se posicionar ao lado do povo"", escreveu no Twitter.