O governador de Minas Gerais e candidato a reeleição, Fernando Pimentel (PT), não compareceu no painel entre os pré-candidatos ao Palácio Tiradentes e foi alvo de críticas para seus concorrentes. Essa foi a primeira vez em que os possíveis postulantes à chefe do executivo estiveram juntos em um palco.
O vice-governador e pré-candidato, Antônio Andrade (MDB) afirmou que rompeu com o governo de Minas. “Eu não faço parte desse governo, desde 2016. Quando eu rompi com o governo eu acho que eu tomei a decisão certa. Eu fui afastado por não concordar com um governo que queria reter recursos”, declarou.
O professor João Batista dos Mares Guia também fez críticas a atual gestão. “Um governo ausente, corresponde a um governador ausente, a uma cadeira vazia”, falou referindo-se a ausência de Pimentel no Congresso.
O deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM) também alfinetou a atual gestão ao dizer que o presidente da AMM e prefeito de Moema é quase um “inconfidente de Minas Gerias” e destacou a luta pela causa municipalista. “Pela luta que faz contra o poder, contra o governo que não respeita Minas Gerais”, destacou.
Pacheco também destacou que é preciso ter coragem para ser candidato ao governo do Estado em um momento tão difícil. “É preciso tercoragem para fazer esse enfrentamento no momento de crise mais aguda”, afirmou.
Mudar a federação
O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) afirmou que é preciso mudar a federação pelos meios democráticos e afirmou que “dar um basta na vida difícil dos prefeitos” melhorando a divisão do “bolo tributário”. “Precisamos desmontar o estado ineficiente e pesado e caro que se criou na União e que custa 57% dos nossos impostos”, afirmou.
O empresário Romeu Zema (Novo) declarou que há um ano não pensava entrar na política, mas que percebeu que por causa da crise de 2015, teve uma redução drástica em seu quadro de funcionários, ele mudou de ideia.
“Percebo que essa crise foi provocada pela classe política, se não fossem eles estaríamos crescendo assim como os outros países do mundo”, disse. Ele também destacou a importância dos prefeitos e vereadores devem ter autonomia com seus recursos.
“Chega de Estado distante que quer concentrar verba para poder distribuir. Ninguém melhor que prefeitos e vereadores para ter recursos e autonomia porque ninguém melhor do quem está na ponta para fazer a gestão”, afirmou.
Reconstrução conjunta
O senador Antonio Anastasia (PSDB) foi mais discreto ao criticar o Estado. Ele disse que a reconstrução de Minas deve ser feita em conjunto com os municípios. “Minas tem que ser reconstruída do piso ao seu telhado. Jamais um salvador da pátria, nessa altura em que o Brasil parece divido temos que ter a credibilidade para recondução dessa reconstrução do Estado em parceria estreita com os municípios”
A professora Dirlene Marques (PSOL) defendeu as bandeiras das minorias principalmente das mulheres. “Estou aqui representando aqueles 52% da população, que são as mulheres, que estão fazendo história no dia a dia, mas não estamos no poder”, disse.
Clima
Durante a apresentação dos pré-candidatos, os mais ovacionados foram o senador Antônio Anastasia (PSDB) e o deputado federal Rodrigo Pacheco. Já Marcio Lacerda (PSB) iniciou o discurso com muito entusiasmo mas não teve tanta recepicionalidade dos palestrantes.
O Professor João Batista, homenageou Tancredo Neves, mas entanto lembrou a atual situação política do senador Aécio Neves o colocando como “um impostor que traí Minas Gerais”. Em meio a fala de Anastasia, integrantes do partido Novo gritaram na plateia “cadê o Aécio?”.
Vaias
O único vaiado, mesmo ausente foi o atual chefe do executivo, Fernando Pimentel. As declarações foram dadas no segundo dia do 35º Congresso da Associação Mineira dos Municípios.