Carnaval de BH

Apesar da alegria, foliões enfrentaram dificuldades no Chama o Síndico

Foliões que acompanharam o desfile reclamaram da longa espera nas filas dos banheiros e da falta de policiamento

Por Michelyne Kubitschek
Publicado em 03 de março de 2019 | 15:37
 
 
 
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A primeira experiência no Carnaval de Belo Horizonte é só festa para muita gente que deixou a cidade ou o Estado para conhecer a folia mineira.

Vestidas de noiva, duas amigas de Juiz de Fora, na Zona da Mata, dançavam animadas em meio à multidão que segue o trio elétrico do Bloco Chama o Síndico, neste domingo, 3, na região da Pampulha. "É a minha primeira vez e estou amando", comentou a professora Carla Oliveira, 53. Questionada se o significado da fantasia era um recado a quem a interessasse, a professora brincou. "Nada, é só para me divertir mesmo. Ontem fui de enfermeira, e amanhã vou de gatinha, mas se pintar, bora", afirmou.

A alegria da festa de rua mais de BH também é inédita para a catarinense Luciane Acordi, 33. A massoterapeuta decidiu viajar mais de 1.300 km depois de receber o convite de amigos. "Passei o Ano Novo aqui com um grupo de amigos e me falaram que o Carnaval daqui tinha voltado com força total. Eu estou encantanda", afirmou a massoterapeuta.

Clima de paz não inibe assedio

Mesmo com recados constantes de cima do trio elétrico pedindo respeito ao próximo, ainda há alguns registros de assédio no Carnaval. A estudante Aline Barros, 21, contou que uma das amigas que a acompanham no bloco fingiu ser lésbica na tentativa de afastar um jovem que insistia em falar com ela. "Um outro menino chegou, perguntou se ela estava solteira. Ela falou mais alto com ele para ele ir embora. Foi o jeito", contou.

Banheiros estão instalados longe do público, diz foliona

A longa espera nas filas para os banheiros químicos instalados nas proximidades da avenida Abrahão Caran deixou impaciente aqueles que aguardavam a vez para usar o sanitário. A professora Vanessa Roberto, 34, reclamou da falta de equipamentos no local. "Tem mais de 15 minutos que estou parada aqui. Para o tamanho do evento, os banheiros estão muito longe do público e são poucos, fora que estão muito sujos", opiniou.

A mulher ainda revelou que o desrespeito na fila foi motivo para o início de uma confusão."Uma menina furou a fila. A outra jogou cerveja nela e começaram a discutir. Dizem que chamaram a guarda (municipal), mas nenhum apareceu lá ".

Poucos metros a frente, homens ignoravam a fila do banheiro, segundo foliões. A reportagem flagrou um jovem utilizando parte de um muro como mictório. Durante o trajeto do bloco até o Centro Esportivo Universitário, muito lixo jogado no chão. A reportagem conseguiu visualizar cinco lixeiras durante o percusso, todas lotadas. Ambulantes disponibilizaram sacolas de lixo ao público para recolherem latas de alumínio. 

Muitos fiscais e pouco policiamento

A segurança foi um tema questionado por parte do público que acompanhava o evento. "Infelizmente, tem muita gente usando droga no meio do bloco e pouco policial. Se acontecer alguma coisa, se a gente for roubado, nem sei como fazer", reclamou um folião.

A reportagem encontrou nove policiais militares durante as 3 horas em que permaneceu no evento. Um sub-tenente que integrava uma das equipes disse, no entanto, que não havia recebido nenhuma denúncia relacionada a drogas e que nenhuma ocorrência foi registrada até 14h.

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