Nada mais mineiro do que a expressão “comer pelas beiradas”. A máxima também vale para os motoristas de aplicativo que trabalham no Carnaval de Belo Horizonte, que deu “start” neste sábado (1º de março). Muitos deles até estão “rodando” para atender os foliões e folionas que desejam participar dos cortejos. Mas o centro da capital mineira é terreno hostil devido às diversas interdições promovidas para os desfiles.

“No máximo até o metrô. E aí a pessoa pega um ônibus ou metrô”, diz o motorista de aplicativo Humberto Renam Martins, de 33 anos, morador do bairro Alvorada, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele conta que participa de diversos grupos de motoristas de aplicativo, e todos são unânimes ao dizer que vão evitar o Centro da cidade. “É muito difícil se aproximar dos blocos em si. Às vezes, o folião não entende e fica chateado com a gente”, diz.

Além da dificuldade de se aproximar do centro de BH, o motorista também cita a preocupação com possíveis prejuízos na viagem devido ao “estado” dos foliões. “Tem gente que vem bebendo. Se a bebida entorna no carro, eu perco o dia de trabalho. Se vomitam, pior ainda”, conta Humberto, que começou a rodar às 8h deste sábado. Ele decidiu trabalhar no período da manhã justamente para evitar transtornos no fim da festa.

Apesar das preocupações dos motoristas, as plataformas estão oferecendo ganhos extras para quem rodar no Carnaval. Segundo Humberto, se ele fizer 80 corridas nos quatro dias de festa, ganhará um bônus de R$ 150. “É perfeitamente atingível. Dá para fazer em um dia”, afirma.