Após a pensionista Zélia dos Santos Batista, 57, morrer soterrada durante as chuvas no Conjunto Paulo VI, na região Nordeste da capital, no último sábado (29), a Defesa Civil de Belo Horizonte interditou 18 casas da região neste domingo (30). Todas com risco de inundação ou desabamento.
Ao todo, segundo o órgão, 13 famílias foram encaminhadas para casas de parentes e outras cinco, que representam 22 pessoas, foram levadas para abrigos criados na região. Quem recebeu a autorização para continuar no Conjunto, contudo, teme que continuidade das chuvas provoque mais tragédias no local.
Até o último sábado, o casal Sandra de Almeida, 28, e Alessandro Dias Costa, 26, moradores do Conjunto Paulo VI, não esperava que a virada de ano seria de tanta transformação para a família. A casa dos dois foi atingida pelo mesmo barranco que deslizou sobre a casa de Zélia. “Eu estava na varanda. Estou viva por misericórdia.
Foi muito rápido. É um milagre, nasci de novo”, afirmou Sandra, que trabalha como diarista. Para o casal, voltar para a casa, que foi quase completamente destruída, não é mais uma possibilidade.
“Para lá eu não volto mais, não”, afirmou Costa. “Nós vamos ficar na casa da sogra até ver o que será feito”, completou Sandra.
No momento do desabamento, o filho de Zélia também foi atingido, mas sobreviveu à tragédia. Vizinha da vítima, Rosilene Emídio, 47, teme que a sua casa seja a próxima a cair no local. “Estou com muito medo. Eu estava dormindo ontem e entrou água aqui tudo. Se eu tivesse que morrer, tinha morrido dormindo. É sempre assim”, disse.
Em Belo Horizonte, até o momento, sete pessoas morreram no período chuvoso, que começou em outubro. Em todo o Estado, de acordo com a Defesa Civil, já são 16 mortes em decorrência das chuvas.