Os quatro militares do Corpo de Bombeiros que morreram, na última sexta-feira (11 de outubro), após a queda de um helicóptero da corporação em Ouro Preto, na região Central de Minas, atuaram no histórico resgate às vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, ocorrido em 2019 na cidade da Grande BH.

Um dos agentes, o sargento Welerson Gonçalves Filgueiros, inclusive protagonizou aquela que, talvez, tenha sido a imagem mais marcante do crime ambiental. De capacete amarelo, ele é o militar que, dependurado na aeronave que paira a poucos centímetros da lama, se esforça para resgatar uma mulher que foi resgatada após ser arrastada pelo mar de lama. 

Durante coletiva de imprensa, o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Henrique Barcelos, também citou a participação do comandante da aeronave, o capitão Wilker Tadeu Alves da Silva, nos trabalhos de Brumadinho. 

"Nossos pilotos são plenamente capacitados. Inclusive, o comandante dessa aeronave tinha experiência na operação Brumadinho, uma operação de busca salvamento que já dura mais de 5 anos com diversas ações de operações aéreas. Então, certamente ele tomou uma decisão pautada na experiência na segurança que ele tinha de momento", disse ao comentar as condições do tempo na hora do acidente desta sexta. 

Entretanto, ainda conforme a assessoria de imprensa da corporação, os outros dois militares mortos no acidente, sargento Gabriel e tenente Victor, também tiveram atuação na operação de Brumadinho. 

Além dos quatro militares do Corpo de Bombeiros, também morreram no acidente o médico Marcos Rodrigo Marques Trindade, que atuava na UPA do bairro Ressaca, em Contagem, e no Samu da região Centro-Oeste; e o enfermeiro Bruno Sudário França, também funcionário do Samu da região mineira.

O acidente

Seis pessoas morreram no acidente, entre militares e socorristas. A aeronave participava, na hora da tragédia, da operação de resgate de um outro acidente aéreo ocorrido horas antes, envolvendo um avião Air Tractor que atuava no combate a incêndios.

Após a atuação no acidente do avião, o helicóptero teria pousado no trevo de Ouro Preto, onde teria ficado aguardando a melhoria das condições climáticas para decolar. Entretanto, algum tempo depois, a aeronave teria decolado, desaparecendo em seguida. 

Diante da situação, uma operação foi montada com 84 pessoas realizando buscas em toda a região. Após 12h de trabalho, o helicóptero foi encontrado caído em uma área íngreme na serra de Ouro Preto. Nos destroços foram encontrados os corpos dos seis tripulantes.  

Famílias estão recebendo apoio psicológico

Até a manhã deste sábado (12), o Corpo de Bombeiros seguia empenhado no local, que é de difícil acesso, para realizar a remoção das vítimas do acidente. Ainda segundo a corporação, os familiares das vítimas estão recebendo o devido apoio por psicólogos. 

"Toda corporação amanhece consternada e resiliente na sua missão juntos aos irmãos de farda", conclui a nota.