A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) confirmou, na tarde desta segunda-feira (14 de outubro), dois novos casos de infecção pelo superfungo Candida auris. Ao todo, a cidade já soma três pacientes infectados pelo fungo. Outros 24 casos estão em investigação e são acompanhados pelas autoridades.
Segundo a PBH, as notificações em apuração são de pessoas que tiveram contato com os pacientes infectados. A investigação é feita pelo hospital João XXIII, na região Leste de Belo Horizonte, de gestão da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), com acompanhamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).
Com as novas notificações, a cidade já soma três pacientes infectados pelo fungo. O primeiro registro foi confirmado no dia 28 de setembro, em um paciente que esteve internado no hospital João XXIII e recebeu alta no último dia 26. O caso foi notificado ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância Sanitária (Cievs) e situação está sendo investigada e monitorada pelos órgãos competentes do município desde então.
Conforme a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o segundo paciente diagnosticado teve alta em 2 de outubro, enquanto o terceiro segue internado. "O fungo tem alta transmissibilidade e capacidade de colonizar rapidamente a pele do paciente e o ambiente próximo a ele. Assim, é de fundamental importância a prevenção de contato com casos suspeitos", informou a pasta.
Devido a primeira confirmação, o João XXIII já havia tomado as medidas de controle e manejo necessárias para proteção dos demais pacientes e profissionais da unidade, seguindo os protocolos de segurança sanitária em ambiente hospitalar. As medidas, segundo SES-MG, incluem higienização das mãos, medidas de precaução de contato (uso de luvas e avental) dos casos suspeitos e testes para detecção de novos casos.
Superfungo
Candida auris (C. auris) é um fungo emergente que representa uma grave ameaça à saúde global e foi identificado pela primeira vez como causador de doenças em humanos em 2009, no Japão. No Brasil, a primeira infecção foi identificada em Salvador, em 2020.
O fungo apresenta resistência aos medicamentos comumente utilizados para tratar infecções por Candida. Estudos apontam que até 90% dos isolados de Candida auris são resistentes ao fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas, o que dificulta o tratamento.
Caso o fungo alcance o sangue, ele pode se espalhar para outros órgãos e causar candidíase invasiva, ou seja, uma infecção generalizada. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, a taxa de mortalidade da candidíase invasiva varia de 29% a 53%. A infecção pelo fungo pode ser fatal, principalmente em pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades.