Crianças que brincavam em uma área de mata em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, acabaram se deparando com uma cena que poderá traumatizá-las para sempre no último domingo (27 de outubro). Por engano, eles descobriram o corpo de uma mulher de 45 anos, que teve a cabeça arrancada e o corpo queimado por traficantes que controlam a "Favelinha" do bairro Santa Cecília. 

A Polícia Militar foi acionada até a mata, que fica na rua São Sebastião, por volta das 16h30 de domingo. Testemunhas contaram que, no sábado (26), por volta de meio-dia, um grupo de crianças soltava pipa quando foram surpreendidos por um grupo gritando "Aqui é a tropa" e ordenando que eles saíssem de lá. Um tempo depois do ocorrido, os moradores relataram ter visto uma fumaça saindo da região de mata. 

No dia seguinte, outras crianças que brincavam na região acabaram se deparando com o corpo da mulher, todo queimado e, a alguns metros de distância, a cabeça da vítima. Na cena do crime, a PM foi informada que a mulher era a mãe de um traficante da região conhecido como "Weltinho". 

Diante da informação, os militares foram até a casa da família, onde foram recebidos pelo companheiro da mulher. Ele contou que ela teria saído de casa na manhã de sábado e não tinha retornado ainda, o que era bastante anormal, mas que ainda não tinha registrado ocorrência pelo seu desaparecimento.

Operação contra "patrão" pode ter motivado morte

Durante o atendimento à ocorrência no local do crime, que contou com a perícia da Polícia Civil, uma testemunha que pediu anonimato relatou aos policiais que a morte poderia estar relacionada a uma operação ocorrida na última sexta-feira (25), sendo que o "patrão" do tráfico na região suspeitava que a mulher "colaborava" com os policiais. 

No dia, uma operação policial culminou na apreensão de armas e drogas e na prisão do homem conhecido como "2D", que é apontado como o chefe do tráfico na região da "Favelinha". O suspeito foi liberado em audiência de custódia no dia seguinte à prisão. 

Ainda conforme o registro policial, também merece destaque o fato de que o filho da mulher morta, que, segundo a PM, é suspeito de integrar o grupo criminoso atuante na região, fez ameaças contra a própria mãe por "desentendimento relacionados ao seu envolvimento com o tráfico de drogas". Existe inclusive um registro policial da mulher no dia 19 de setembro deste ano.

A Polícia Civil informou que o corpo da mulher foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) Dr. André Roquette, em Belo Horizonte, onde será submetidos a exames. A instituição ainda "aguarda a conclusão dos laudos periciais para atestar as circunstâncias e a causa da morte".