A jovem Thainara Vitória Francisco Santos, de 18 anos, que morreu ao proteger o irmão autista durante uma abordagem da Polícia Militar em Governador Valadares, na região do Rio Doce, estava grávida de quatro meses. A informação foi confirmada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) em nota publicada nesta segunda-feira (18 de novembro). A pasta cobrou uma “apuração rigorosa” dos fatos.
No comunicado, o ministério, liderado pela mineira Macaé Evaristo, manifestou profundo pesar pela morte da jovem, ocorrida dentro de uma viatura policial. “Expressamos solidariedade à família de Thainara neste momento de dor e indignação.”
O MDHC ressaltou que “o papel das forças de segurança é atuar estritamente em conformidade com protocolos que assegurem o respeito aos direitos humanos, como estabelece a Declaração Universal dos Direitos Humanos”. A pasta destacou ainda que “o Estado deve ser um instrumento de proteção e segurança para todos, garantindo a dignidade e a vida como princípios fundamentais de uma sociedade justa”.
O ministério informou que oficiará a Secretaria Estadual de Segurança Pública, a Delegacia Geral da Polícia Civil, o Comando Geral da Polícia Militar, a Corregedoria da Polícia Militar e a Ouvidoria das Polícias do Estado, solicitando “celeridade e imparcialidade na apuração dos fatos e na investigação, de modo a garantir a devida responsabilização dos envolvidos”.
Relembre o caso
Thainara morreu após uma abordagem da PM no bairro Vila dos Montes, em Governador Valadares, na madrugada da última sexta-feira (15 de novembro). A jovem teria tentado defender o irmão autista, que se estressou com a presença dos militares na residência da família. A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar a causa da morte.
De acordo com relatos de moradores do prédio, a vítima não teria resistido à força física empregada pelos policiais. Segundo a delegada da Polícia Civil de Governador Valadares, Adeliana Xavier, os militares estavam em busca de outro adolescente, suspeito de um homicídio, que estaria na residência onde ocorreu a abordagem.
Procurada pela reportagem, a PM informou que os fatos estão sendo apurados e que as investigações estão sendo conduzidas “de forma rigorosa, para assegurar que todos os detalhes sejam esclarecidos, pois o compromisso da instituição é com a transparência e a verdade”.