Para enfrentar os impactos provocados pelas mudanças climáticas, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) vem realizando uma série de ações para garantir o abastecimento de água potável e a coleta e tratamento de esgoto nos 540 municípios atendidos pela empresa. As informações foram repassadas pelo gerente de controle operacional da Copasa, Rodrigo Ferreira Coimbra e Silva, após o Instituto Trata Brasil divulgar uma projeção de que entre 70% e 90% dos municípios mineiros apresentam risco alto ou muito alto de racionamento de água e transbordamento de esgoto nos próximos anos devido aos impactos climáticos.  

“Trabalhamos com a questão das mudanças climáticas desde 2014, quando instituímos o Comitê do Clima, e temos buscado implantar ações de mitigação para garantir o abastecimento de água e o esgotamento sanitário. A empresa instituiu uma política de sustentabilidade e tem trabalhado intensamente em um programa para evitar perdas de água [devido a vazamentos até que ela chegue ao consumidor]. Isso visa o uso eficiente da água”, destacou Silva.  

Ainda segundo Silva, a Copasa já colocou em prática um programa de investimentos para garantir a segurança hídrica. “Em Paracatu, por exemplo, construímos um reservatório fora do curso d’água para armazenar água durante o período chuvoso e utilizá-la na seca.”  

Ações da companhia em Poté (Divulgação / Copasa)

Quanto aos programas de redução de perdas, que visam aumentar a eficiência do sistema de distribuição, a Copasa afirma ter investido mais de R$ 350 milhões nos últimos três anos. “Esses esforços já nos permitiram reduzir as perdas para 38%. A previsão é que o investimento alcance até R$ 200 milhões nos próximos anos.”  

A recuperação de mananciais é outro ponto estratégico destacado pela companhia. Segundo Silva, os investimentos nessa área já ultrapassam R$ 127 milhões. “Realizamos o cercamento de áreas de proteção, a preservação de minas d’água e o plantio de mudas para recuperar florestas nativas em torno dos cursos d’água. Essas ações são fundamentais, pois aumentam a resiliência das nossas captações, garantindo mais água por mais tempo”, explicou.  

Em relação aos serviços de esgoto, a companhia planeja intensificar os investimentos para universalizar a coleta e o tratamento, em conformidade com o Marco Legal do Saneamento. “A implantação do esgotamento sanitário melhora a qualidade da água, reduzindo os custos de tratamento. Estamos destinando R$ 440 milhões à instalação de novos sistemas de coleta e tratamento de esgoto”, afirmou Silva.  

De acordo com ele, as ações já apresentam resultados positivos. “Neste ano, que registrou um dos períodos de seca mais drásticos, apenas quatro dos 540 municípios atendidos pela Copasa enfrentaram dificuldades de abastecimento”, ressaltou.  

População tem papel fundamental  

Silva também destacou a importância da colaboração dos usuários para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. O uso consciente da água é essencial. “Não adianta a empresa fazer a sua parte ampliando a capacidade de atendimento se houver desperdício por parte da população. Atitudes como lavar calçadas ou deixar a torneira aberta ao esfregar as mãos devem ser evitadas”, concluiu.