Será retomado, na manhã desta quarta-feira (11 de dezembro), o julgamento do casal acusado de matar Ian Cunha, de apenas 2 anos. O primeiro dia do Júri foi encerrado na noite de terça-feira (10), no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. O crime ocorreu em janeiro de 2023, no bairro Jaqueline, região Norte da capital mineira.
Conforme divulgado pelo Fórum, a audiência seria retomada nesta quarta, às 8h30, com o interrogatório dos réus, que eram pai e madrasta do menino. De acordo com a acusação, questões financeiras motivaram o crime.
O julgamento começou com o depoimento de Isabela Almeida, mãe de Ian. Durante sua fala, a mulher afirmou que o pai já havia demonstrado comportamentos agressivos em relação à criança, reafirmando que o crime foi motivado pelo aumento do valor da pensão alimentícia, conquistado judicialmente.
No dia da morte, Isabela contou que recebeu uma ligação do pai, que tinha direito de ficar com o filho a cada 15 dias. Durante o telefonema, ele teria pedido que ela fosse ao hospital, alegando que o menino havia caído e batido a cabeça. Ao chegar na unidade de saúde, foi informada do óbito.
Outra testemunha deste primeiro dia de julgamento foi a médica que atendeu Ian na emergência. Ela declarou que a gravidade do traumatismo era incompatível com uma simples queda da própria altura, como afirmado inicialmente pelo casal.
O delegado responsável pela investigação também prestou depoimento, detalhando as conclusões que levaram à denúncia. No total, 11 testemunhas foram convocadas para o julgamento, sendo cinco indicadas pela defesa.
Após o interrogatório dos réus nesta quarta-feira, haverá o debate entre acusação e defesa, com espaço para réplica e tréplica. Em seguida, o conselho de sentença decidirá sobre o caso.
Relembre o caso
De acordo com as investigações, a madrasta teria agredido Ian com um instrumento contundente, provocando ferimentos graves. Apesar da gravidade das lesões, o pai não procurou atendimento médico imediato, permitindo que o menino permanecesse horas sofrendo antes de ser levado ao hospital.
A denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) aponta que o crime foi motivado por razões torpes. A madrasta não aceitava a criança, fruto de um relacionamento extraconjugal do companheiro. O pai, por sua vez, teria negligenciado os cuidados com o filho, tratando-o como um elemento de conflito no relacionamento.
Segundo o MPMG, a madrasta aproveitou um momento em que estava sozinha com Ian para cometer a agressão. O pai teria se omitido, ciente dos ferimentos graves sofridos pelo menino.