MAIO AMARELO

Ação em Contagem busca conscientizar motociclistas e ciclistas sobre segurança no trânsito

Há distribuição e instalação gratuita de antenas corta-pipas, além de dicas de segurança

Por Bruno Daniel
Publicado em 23 de maio de 2024 | 16:29
 
 
 

Com a campanha do Maio Amarelo, que prega a segurança no trânsito, uma ação em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, busca conscientizar e ajudar motociclistas e ciclistas a terem mais segurança enquanto transitam pelas vias. Durante a ação, iniciada nesta quinta-feira (23), a Transcon vai instalar cerca de 500 antenas corta-pipa gratuitamente.  

O artigo 139 do Código de Trânsito Brasileiro determina que a instalação de antenas corta-pipa é obrigatória para veículos destinados ao transporte remunerado de mercadorias. Mas mesmo quem não tem a obrigação de usar o equipamento precisa se proteger, como alerta a diretora de Operações e Educação de Trânsito da Transcon, Mariele Marília.

“Essa instalação da antena corta-pipa tem o objetivo de salvar a vida do motociclista. A linha cortante é praticamente invisível a olho nu. A gente não consegue visualizar com antecedência e não tem reação, porque se você colocar a mão, você vai ter os dedos amputados. Normalmente, ela atinge região da face e do pescoço. Por isso, além das antenas a gente reforça também para que as pessoas utilizem o capacete corretamente, bem fechado, bem ajustado, luva de proteção e jaqueta de motociclista”, afirma. 

O primeiro dia de ações foi na avenida Francisco Firmo de Matos, uma das avenidas mais movimentadas de Contagem, e também uma das vias com áreas de convivência no canteiro central. Confirme Mariele, o local foi escolhido por ser mais propício a acidentes com linhas cortantes.

“Além de a gente chamar a atenção dos motociclistas, a gente mobiliza as pessoas que estão ali próximas, vendo a importância de não utilizar as linhas cortantes. A gente quer atingir esses dois públicos: esse que gosta de soltar papagaio e os que estão de motocicletas ou bicicletas”, explica. 

O primeiro dia da ação atraiu diversos motociclistas, que ficaram sabendo da iniciativa pelas redes sociais ou mesmo quando passavam no local. Quem passava pelo local era convocado por uma equipe da Transcon, que contava até com a ‘Dona Morte’, para reforçar o recado de que a ausência da antena pode custar uma vida. Um dos condutores que aproveitou a oportunidade foi o motoboy de aplicativo Josimar Neves de Oliveira, 34 anos.

Ele sempre andou com a antena, mas estava com apenas um equipamento, que estava desgastado. O homem aprova a ação de conscientização e reforça a importância de usar as antenas corta-pipa. “Na correria do dia-a-dia, eu estava sem tempo. Mas fiquei sabendo da ação, passei aqui e decidi colocar. Já passei por uma linha de cerol, mas como eu estava com a antena, ela agarrou na antena e não me atingiu”, conta o motociclista, que relembra um caso em que um condutor não teve a mesma sorte. 

“Há uns anos, o rapaz estava rodando, fazendo entrega de gás no fim de semana. Aí ele passou por uma linha de cerol e foi fatal. Pra gente é muito triste, a gente repensa”, lamenta.

A enfermeira Natália Rodrigues, de 28 anos, não tem a obrigação de instalar as antenas, por não ter na moto o instrumento de trabalho. Por isso, ela admite, não dava muita importância para o equipamento, mas mudou de ideia após sete meses, depois de ficar sabendo da ação. 

“A gente está exposto, a moto é muito boa para locomoção, mas a gente está muito exposto. A gente vai deixando sempre para fazer depois, mas nunca faz. Na hora que eu vi, decidi dar um pulo lá e colocar”, relembra. A motociclista relata que, no dia-a-dia, pelo que percebe, a maioria dos motociclistas não utiliza a antena. Nesta sexta-feira (24), a ação vai se repetir, de 14h às 16h, na Praça do Coreto, rua VP 1, bairro Nova Contagem.

A comercialização e uso de linha cortante em pipas, papagaios e similares são proibidos e podem gerar encaminhamento à autoridade policial e multa no valor de aproximadamente R$ 5.280,00. No caso de menores de idade, o responsável legal responde pelo ato, e a cada reincidência e comercialização a multa pode aumentar até cinquenta vezes.

Quem presenciar comercialização ou uso ilegal de linhas cortantes pode denunciar para a Polícia Militar no número 190, ou pelo dique denúncia, no telefone 181. 

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