Agradecimentos e pedidos pelo bem das famílias estão entre as preces dos católicos nesta quinta-feira (13). Os fiéis se reúnem em igrejas de Belo Horizonte e região metropolitana para celebrar o Dia de Santo Antônio. O padroeiro é considerado o protetor dos pobres e, também, santo casamenteiro.

Santo Antônio era um frei franciscano português, que decidiu trocar o conforto da sua vida em família por uma vida religiosa simples. Durante sua trajetória, ele sempre lutou pelos pobres e necessitados. Um dos atos dele, inclusive, era distribuir pão a quem tinha fome, o que criou a tradição de distribuir o famoso pãozinho de Santo Antônio ao fim das celebrações do padroeiro. 
  
"Conta-se que certa vez, tendo uma fila muito grande de pessoas na porta do convento, Santo Antônio entregou todos os pães. Os freis ficaram preocupados com não ter o que comer durante o dia, mas Santo Antônio disse para confiarem. Quando chegou a hora da alimentação, os cestos estavam com muitos pães. Foi um dos grandes milagres", conta o padre José Alves de Deus, o padre Zezinho, pároco da igreja de Santo Antônio em Venda Nova, em BH. 
  
E a fama de Santo casamenteiro? É errada? Padre Zezinho garante que não é e explica o porquê. "Santo Antônio acompanhava e aconselhava casais com dificuldades para contrair o matrimônio, principalmente casais pobres. Naquele tempo, a mulher tinha que ter um dote para arrumar um marido, e Santo Antônio negociava com as famílias, fazia coleta em dinheiro para que a moça conseguisse o casamento", ensina. 
  
Além da humildade e da generosidade, outra característica que o padre Zezinho destaca no padroeiro é o respeito irrestrito ao Evangelho. Essa é a inspiração que o Santo deve trazer aos fiéis, de acordo com o pároco. "Nós também chamamos Santo Antônio de Santo da Palavra. Deixando-se ser guiado e iluminado pela palavra de Deus, o cristão vai sempre conseguir direcionar sua vida para o caminho do bem, da paz, do amor", aconselha. 
  
Santo Antônio faz parte da vida do carpinteiro Geraldo Nunes da Cruz, de 80 anos, desde que o homem era criança. A devoção sempre foi tanta que, aos sete anos de idade, ele caminhava uma longa distância com a família só para ir à Missa, em São Sebastião do Maranhão, no Vale do Rio Doce. "Era 18 km, a pé, a gente levava umas duas horas e meia, três horas. Às vezes estava chovendo, ou estava muito sol, ou estava frio, mas a gente ia", relembra. 

O casal Geraldo Nunes da Cruz e Inocência Gonçalves de Oliveira é devoto de Santo Antônio. Créditos: Bruno Daniel/O TEMPO

 

Para o dia do padroeiro, Geraldo tem agradecimentos e pedidos pela família. "Ele foi um Santo que ajudava o povo, os mais fracos. Só tenho a agradecer e pedir pela minha família, pelos meus filhos", diz. 

Por experiência própria, a autônoma Natália Diniz Pompermayer, de 34 anos, garante que Santo Antônio, de fato, é casamenteiro. Segundo a mulher, ela conheceu o marido por intercessão do padroeiro. "Eu sempre fui devota. Certa vez, estava fazendo a novena e conheci meu namorado, que hoje é meu marido", conta. A admiração pelo santo é tão grande que o terceiro filho da moça, que está a caminho, vai homenagear o padroeiro. 

Natalia Diniz Pompermayer, de 34 anos, vai nomear o terceiro filho de Antônio, em homenagem ao padroeiro. Créditos: Bruno Daniel/O TEMPO

"Peço a intercessão pelo nascimento dele, que vai se chamar Antônio, pelo que a gente conhece da história dele", explica.