Um ano após o sequestro de Evellyn Jasmin, raptada em junho de 2023 em um salão de beleza em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, a menina ainda não foi encontrada. Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) classificou o crime como “incomum” e “cheio de nuances”, mas frisou que está “mobilizada em buscas que só se findarão com a localização da menor”.
A menina é filha de Katlyn Lorrayne Oliveira, de 29 anos, morta com um tiro na nuca no mesmo dia do desaparecimento da criança. Além delas, os criminosos também raptaram e mataram a cabeleireira Ana Raquel Brito Santana, de 32 anos, que foi localizada com marcas de tiros na cabeça dentro de um carro, na BR-040, em Contagem, também na Grande BH. Na época do crime, a garota tinha 8 anos.
“Trata-se de um sequestro incomum, o que o torna cheio de nuances que necessitam de ações ainda mais sensíveis e bem pensadas, por parte da PCMG. A própria restrição de informações disponíveis à imprensa é fundamental, no momento, para que as investigações não sejam prejudicadas”, afirmou a PCMG.
Conforme a instituição, várias diligências com o intuito de localizar a menina e responsabilizar os envolvidos foram realizadas em diversas cidades mineiras, além de outros Estados. Nenhuma linha de investigação foi descartada.
O suposto mandante do crime foi preso em setembro, em São Paulo. Ele afirmou que desconhece o paradeiro da menina. Na época, O TEMPO apurou, com fontes ligadas à investigação, que a criança pode estar fora de Minas Gerais, com parentes da família paterna. Essa é uma possível linha de investigação.
O ex-marido de Katlyn e pai da menina está preso por suspeita de envolvimento em diversos homicídios e participação em uma facção criminosa paulista. Apesar disso, a morte das mulheres teria tido o aval dele, já que ele e o homem preso são parceiros com envolvimento no tráfico de drogas.
Entenda o caso
Ana Raquel era proprietária de um salão de beleza em Sabará e atendia a cliente e amiga Katlyn quando o estabelecimento foi invadido. Ainda não se sabe quantas pessoas estariam envolvidas no crime, mas, segundo as investigações, o salão estava revirado e havia marcas de sangue no chão.
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que Katlyn tentou fugir, mas acabou alvejada por um tiro na nuca. O disparo foi feito por um homem armado, que estava dentro de um carro.
Tanto Ana Raquel quanto a menina de oito anos foram raptadas, mas até o momento apenas a cabeleireira foi localizada, já sem vida. O corpo dela foi encontrado em um carro abandonado na BR-040, no bairro Morada Nova, em Contagem, também na região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo a Polícia Militar, agentes da corporação passavam pelo local quando se depararam com o veículo parado. Por ser um local ermo, os policiais fizeram a vistoria e viram que o automóvel estava trancado. Um corpo, entretanto, estava no banco de trás, de bruços. Os militares quebraram o vidro para ter acesso à vítima, que apresentava sangramento na cabeça e sinais de violência.
A confirmação de que o corpo era de Ana Raquel foi dada por Daniele Cristine, de 23 anos, cunhada da vítima. “O corpo é da Ana Raquel mesmo. Uma tristeza total. Todos nós estamos em choque, sem acreditar no que aconteceu. A ficha ainda não caiu. Diante da proximidade entre Ana com Katlyn, a família acredita que a execução tenha sido uma “queima de arquivo”.