A 4ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Comarca de Belo Horizonte começa, nesta quarta-feira (31 de julho), a ouvir os seis réus e 24 testemunhas sobre o caso da falsa enfermeira que aplicou supostas vacinas de Covid-19 em empresários na capital mineira. A aplicação ocorreu dentro de uma garagem de ônibus em março de 2021, quando o imunizante estava disponível apenas para o grupo de risco. O líquido se tratava, na verdade, de soro fisiológico.
A audiência de instrução está prevista para iniciar às 13h no Fórum Lafayette. Entre as testemunhas a serem ouvidas está o empresário Rômulo Lessa, dono da empresa onde ocorreu a vacinação. Ele foi intimado em casa em janeiro deste ano. Os depoimentos seriam realizados, inicialmente, em fevereiro deste ano, mas houve adiamento a pedido da Defensoria Pública, do Ministério Público e da defesa da "falsa enfermeira".
A mulher que aplicou o soro fisiológico nos empresários poderá participar da audiência por meio de videoconferência. Isso porque, segundo o Fórum de BH, ela está com estado de saúde debilitado "comprovado pelos documentos médicos juntados ao processo", informou a Justiça. Se for preciso, nova sessão poderá ser marcada.
Os seis réus respondem pelos crimes de associação criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica.
Relembre o crime
Conforme a denúncia do Ministério Público, a falsa enfermeira preparava e aplicava as substâncias por ela descritas como imunizantes contra a Covid-19, utilizando o nome do laboratório Pfizer, fazendo as vítimas acreditarem que se tratavam de vacinas contra o coronavírus, quando, na realidade, a substância aplicada tratava-se de soro fisiológico.
Ela fornecia às vítimas dos crimes de estelionato sua conta bancária e também de integrantes do seu núcleo familiar, também denunciados, para depósitos dos valores dos falsos imunizantes.