Belo Horizonte anunciou, nesta sexta-feira (5 de julho), uma política de enfrentamento ao abandono de animais domésticos na capital. O chamado “Pacote Animal 2024” quer mudar a realidade de recolhimento, pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), de seis cães ou gatos largados nas ruas por dia. O Complexo Público Veterinário da capital terá um aumento de verba de 52%. O hospital, voltado para pets cujos tutores são de baixa renda, vai receber um repasse de R$ 380 mil mensais – antes, era de R$ 250 mil.

A expectativa é que a aplicação vá, além de aumentar o número e a diversidade dos atendimentos, evitar que os animais sejam abandonados por falta de oportunidade ao cuidado. O pacote ainda inclui um parque para cães por regional de BH até o final do ano e um site da prefeitura que facilita a adoção dos pets. “Essas iniciativas, para uma cidade como Belo Horizonte, são um marco. É o resultado de um trabalho conjunto, e mostra que os gestores estão tomando ciência das políticas públicas de bem-estar animal”, pondera o deputado federal Fred Costa, criador da Lei Sansão (14.064) de maus tratos aos animais. 

O novo contrato do Complexo Público Veterinário, único em BH e localizado na região Oeste, começa na quinta-feira de 18 de julho. Serão 45 atendimentos diários e, por mês, 150 cirurgias de baixa complexidade e 12 de alta. A título de comparação, hoje, a disponibilidade de senhas é de 30 diárias e, mensais, 80 de procedimentos de baixa complexidade e 5 de alta complexidade. Ou seja, haverá um crescimento de 50% a 140% no número de serviços. 

Para a médica veterinária e presidente da Sociedade Mineira Protetora dos Animais (SMPA), Flávia Quadros, o investimento no Hospital Veterinário vai oportunizar um cuidado prolongado a animais domésticos cujos tutores não podem custear clínicas privadas. “O hospital está oferecendo, por exemplo, serviços de fisioterapia para cães e gatos e reabilitação após cirurgias ortopédicas para aqueles que foram atropelados. Isso é muito rico, porque é uma medicina integrativa, de qualidade, e que é de difícil acesso às pessoas de baixa renda”, comemora. 

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) também prevê usar a verba para reforçar o atendimento de esporotricose em gatos (tipo de micose que deixa feridas na pele) e criar um lar temporário como mais uma forma de facilitar adoções. “O investimento no serviço veterinário é uma forma de evitar o abandono dos animais. As famílias que não tem como arcar com um tratamento, quando vêem que o pet está com alguma complicação ou doença crônica, infelizmente, tendem a abandonar. Então, o serviço público surge como alternativa”, explica a presidente da SMPA. 

Iniciativa precisa ir além 

Para que o cenário de cães e gatos desabrigados nas ruas de Belo Horizonte mude de vez, no entanto, é preciso que o “Pacote Animal 2024” seja apenas o primeiro passo, segundo avalia o deputado Fred Costa. Conforme dados da prefeitura, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) recolheu, de janeiro a maio deste ano, 559 cães e 371 gatos abandonados. No ano passado, foram 2.542 pets acolhidos – isto é, seis por dia.

“Se tratando de vida, seja humana ou animal, o trabalho nunca tem fim. Vamos sempre precisar melhorar. Este pacote é um avanço. Agora, a expectativa é que a ampliação de serviços e de hospitais na capital esteja sempre aumentando. Mais de um hospital deve ser uma meta”, afirma Costa.

Parcão e qualidade de vida animal 

Moradores de Belo Horizonte terão ao menos uma opção de área de lazer e brinquedos para cães em praças e parques públicos por regional. Essa é a promessa da prefeitura a ser cumprida até o final do ano. Os espaços são como “parquinhos”, com equipamentos tubulares para os animais brincarem e interagirem entre si.

“Isso é tão importante, porque, hoje, a família é multiespécie. Os pets precisam gastar energia, correr, cavar e interagir com a natureza e com outros animais. Para se ter ideia, eu moro na região da Pampulha e não tenho opção de parque que aceite cachorro”, diz a veterinária Flávia Quadros. A capital já possui dois ‘Parcãos’, um na região Centro-Sul, no parque Rosinha Cadar, e outro na região Nordeste, no parque Orlando de Carvalho Silveira. Logo, mais sete serão implementados. 

Adoção facilitada 

O site lançado nesta sexta-feira (5 de julho), AdotaBH (https://prefeitura.pbh.gov.br/adotabh), é outra iniciativa que foi comemorada pelos especialistas na causa animal. O serviço deverá desafogar a lista de animais – entre cães, gatos, cavalos, porcos e galinhas – que foram resgatados pela prefeitura e ainda aguardam por uma família. 

Em um segundo momento, protetores e sociedade civil também poderão usar a plataforma. É o que espera a presidente da Sociedade Mineira Protetora dos Animais (SMPA), Flávia Quadros: “Se for a plataforma for bem divulgada, se tiver um número de acesso interessante, com certeza iremos usá-la. Resgatamos inúmeros animais por semana, sempre tem mais um abandonado, e quanto mais anunciamos, maiores as chances de acertarmos em uma família de adoção responsável”. 

Por que adotar? 

  • Salve uma vida: ao adotar um animal, você está dando a ele uma segunda chance. Muitos deles esperam em abrigos por um lar amoroso, e sua adoção pode fazer a diferença.

  • Personalidade única: cada bichano vira-lata tem sua personalidade adorável e distinta. Logo, você poderá encontrar um perfeito para você e sua família.

  • Gratidão incondicional: animais adotados frequentemente mostram uma profunda gratidão por terem sido resgatados. Eles se apegam aos tutores e são companheiros leais e afetuosos.

  • São mais resistentes: os animais vira-latas normalmente são mais saudáveis em comparação com os de raça, pois têm uma maior diversidade genética, sendo mais resistentes a certas condições de saúde. Inclusive, são menos propensos a sofrerem de doenças genéticas comuns que assolam as raças de animais.

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