Uma das vias mais importantes de Belo Horizonte, responsável por ligar as regiões Norte e Venda Nova ao Centro da capital, a avenida Pedro I se tornou motivo de dor de cabeça para os motoristas que deixam a parte norte da cidade para ir ao Centro. Desde a última segunda-feira (8), a faixa central da pista está bloqueada por um buraco, no trecho em frente ao Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado, bairro São João Batista. Quem precisa usar a via afirma que a situação deixa o trânsito caótico.

À reportagem de O TEMPO, comerciantes que trabalham no trecho afirmam que o local já estava 'afundando' há cerca de dois meses, devido a um cano entupido. Na última segunda-feira, por volta de 13h30, funcionários da Copasa e da BHTrans interditaram o trecho para realizar a manutenção. Porém o problema não foi solucionado no mesmo dia e, na tarde nesta terça-feira (9), os trabalhos continuavam no trecho. 

Para resolver a situação, as duas faixas mais à esquerda da pista principal foram interditadas, deixando livre só a faixa da direita. Para tentar reduzir os impactos, uma faixa da pista do MOVE foi liberada para os carros desviarem do trecho e, mais a frente, retomarem a pista comum. Mesmo assim, segundo motoristas que passam no local, está um sofrimento passar no trecho, inclusive no fim da tarde. 

"Ontem saí daqui às 18h, sentido Centro. Já estava tudo parado, desde a Vila Olímpica (no bairro Planalto) estava ruim", relembra o funileiro Ricardo Lúcio Gonçalves, de 53 anos, que sai da região Norte de BH para trabalhar em um estabelecimento na própria avenida Pedro I. O homem diz que a perda de tempo é considerável.

"Para chegar no viaduto para fazer o retorno, levei uns dez minutos. Geralmente eu faço isso em um minuto", afirma.

Na parte da manhã, quando mais pessoas estão indo ao Centro da capital, a situação também é difícil. Moradora de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a vendedora Cristiane Durães, de 43 anos, pega serviço às 7h e costuma sair de casa às 6h30, para chegar com antecedência. Na manhã desta terça-feira (9), ela decidiu deixar o carro na garagem e ir ao trabalho de moto. Mesmo assim, chegou depois do horário.

"Atrasei 15 minutos, não está tendo como passar no corredor. E para quem vem de carro, como eu costumo, está agarrando muito, uns 30 minutos. Está muito complicado", desabafa a trabalhadora. E a perda de tempo é apenas um dos fatores que deixam os motoristas insatisfeitos. 

"É stress total, dá desgaste no veículo, a gente perde tempo, tem aborrecimento por causa do atraso, desabafa o vendedor Geovanni Silva, de 40 anos. Também morador da região Norte da capital, ele trabalha um pouco antes do local onde está o buraco e relata que teme por acidentes no trecho. "Ontem já teve frenagem brusca. O motorista acelerava, via a retenção e reduzia de uma vez", relata.  

Impactos no comércio 

Funcionários que atuam nas obras na avenida Pedro I dizem não ter uma previsão para encerrar os trabalhos, que começaram ainda na tarde de segunda-feira (8). O cenário traz preocupações para os negócios locais, que temem uma baixa nas vendas caso o trânsito na região continue ruim. 

"A pessoa desvia, não passa pela avenida e perde o interesse no comércio na região", lamenta Geovanni Silva, que, pelo menos por enquanto, ainda não percebeu queda na clientela. Já o comércio onde trabalha a vendedora Cristiane Durães não teve a mesma sorte 

Às 12h40 desta terça-feira (9), enquanto conversava com a reportagem, a mulher admitiu já ter percebido queda no movimento. "Nessa hora ia estar mais cheio aqui. Teve cliente que ligou e disse que não ia vir porque viu no GPS que estava agarrado", conta. 

O TEMPO solicitou um posicionamento à Copasa e à prefeitura de Belo Horizonte. Em caso de retorno, esta reportagem será atualizada.