Será realizado nesta terça-feira (27 de agosto) o julgamento do delegado Rafael de Souza Horácio, acusado de atirar e matar o motorista Anderson Cândido de Melo, de 48 anos, no mês de julho de 2022, no Viaduto Oeste, no Complexo da Lagoinha, na região central de Belo Horizonte, após uma briga de trânsito.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra o delegado e destacou que o crime foi cometido por motivo fútil e mediante recursos que dificultaram a defesa da vítima.
Na ocasião, o delegado estava em uma viatura descaracterizada quando teria sido fechado pelo caminhão, o que deu início a uma discussão. Após algum tempo, o policial teria fechado o reboque da vítima e efetuado o disparo, que atingiu o pescoço do homem. Conforme o MPMG, a vítima estava sentada na cabine e o veículo se encontrava parado quando ela foi atingida.
Ao perceber que tinha acertado o motorista, o próprio autor do disparo acionou a Polícia Civil, e a perícia técnica compareceu ao local, fazendo os levantamentos iniciais na cena do crime.
A vítima chegou a passar por uma cirurgia no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas não resistiu aos ferimentos.
Quem é a vítima
Vizinhos de Anderson ouvidos pela reportagem contam que o reboqueiro era um trabalhador que se dedicava à família e à igreja. “Nunca teve nada errado com ele, ele era um homem evangélico que só vivia de luta”, contou uma amiga, que preferiu o anonimato.
Pai de quatro filhos (um menino e três meninas) e amoroso com todos eles, Melo era querido na vizinhança e também na comunidade da igreja. “Foi um choque (a morte) para todos. Todos os filhos moravam com ele, a mulher dele está inconsolável”, revelou uma vizinha. Um amigo dele, que também pediu anonimato, desabafou que nunca havia visto tamanha “covardia”.
“Saracura (como era conhecido Anderson) era um ótimo mecânico, um excelente profissional no ramo de reboque e um amigo sem igual. Ninguém nunca viu Saracura numa mesa de jogo, ou numa mesa de bar. Era serviço e igreja”, detalhou.