A morte de Magna Laurinda Ferreira Pimentel, de 42 anos, encontrada em uma cisterna na casa do pai, causou comoção entre os vizinhos da mulher, que morou praticamente a vida toda no bairro Piratininga, região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Ela foi encontrada nesta terça-feira (27 de agosto), após quatro dias desaparecida. Segundo fonte ligada à investigação, o crime teria sido cometido pelo filho da madrasta dela, que também está envolvida.
Magna trabalhava com recursos humanos e estava de home office — trabalho remoto. Segundo vizinhos, que a descrevem como uma pessoa tranquila e pacífica, as atividades externas se resumiam a compras e levar a filha de 3 anos para a escola. Foi justamente após não aparecer para buscar a filha, na sexta-feira (23 de agosto), após levá-la para a aula, que o desaparecimento dela foi notificado para as autoridades.
O comerciante Wagner Coelho Gomes, de 38 anos, possui uma mercearia próxima à casa de Magna. Segundo ele, a vizinhança teve a certeza de que algo muito grave havia quando foi notificado o desaparecimento. “Pelo amor que ela sentia pela filha, ela jamais deixaria de buscá-la. A gente via o carinho que ela tinha”, conta o comerciante, que também elogia Magna. “Uma vizinha que nunca deu problema, de bem com todo mundo, nunca se envolveu em nenhuma polêmica”, lamentou.
Também morador do bairro, Adão da Silva, de 72 anos, relembra os contatos que teve com a vítima e a família dela. “Eu sempre a via por aí. Conheci muito o pai dela. Depois que ele se mudou, eu não tive muitas informações. Mas tive muito contato com ele, com a mãe dela, que morreu há algum tempo. É uma família muito boa. Muito triste mesmo”, diz.
Investigação
A madrasta e quatro filhos dela (dois homens e duas mulheres) foram conduzidos ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) na tarde desta terça-feira (27), após o corpo da mulher ser "desenterrado". A vítima foi esfaqueada e golpeada na cabeça antes de ser concretada em uma cisterna.
Um dos filhos da madrasta de Magna teria confessado o crime. Ele alegou à polícia que Magna chegou à casa de sua mãe, em Venda Nova, nervosa, e que não teria gostado da atitude da mulher com a mãe e, por isso, a matou. A Polícia Civil investiga os crimes de homicídio e ocultação de cadáver. Os outros três conduzidos alegaram que não participaram do crime.
A suspeita é de que o crime tenha sido motivado por uma discussão entre Magna e a madrasta, que tinha como pano de fundo questões financeiras. Isso porque a vítima teria descoberto que o dinheiro do pai havia sido desviado e usado em jogos de azar.