Cerca de 200 pessoas, "armadas" e paramentadas com itens de proteção individual, como coletes, óculos, diferentes tipos de escudos e, até mesmo, toucas ninja, participaram de uma "guerra" na praça Mil e Dois, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Os "combatentes" da batalha, travada na madrugada de sexta-feira (13), eram adultos , idosos e até crianças. Todos com o objetivo de se divertir com a nova febre entre os jovens: as arminhas de gel.
Porém, a brincadeira acabou depois de cerca de 40 minutos, com a chegada de viaturas da Polícia Militar (PM) ao local, que é popularmente conhecido como praça do Pedro Aleixo ou "do poeirão". "Pareceu uma brincadeira muito pacífica. As pessoas foram para o meio da praça, atirando as bolinhas de gel umas contra as outras. Tinha família e até um pessoal com uns carros de luxo, não eram vândalos, não", disse uma moradora que pediu anonimato.
A ação "Guerra de armas de Gel", convocada por influenciadores digitais pelas redes sociais, aconteceria na praça do Cristo, também no Barreiro, mas a PM ocupou o local. A presença da polícia não impediu o evento, já que os participantes se deslocaram para a outra praça do bairro.
Veja vídeo da "guerra":
Conforme a população, a disputa no novo endereço durou cerca de 40 minutos, segundo os relatos. "Durou só até a chegada da polícia, que dispersou todo mundo", disse a moradora. Segundo ela, rapidamente o público encerrou a brincadeira. "A polícia aprendeu algumas armas e um militar atirou nos meninos e perguntou 'veja se dói', mas, no geral, foi muito tranquilo", acrescentou.
Apesar da denúncia da moradora de que armas teriam sido apreendidas, a PM não registrou nenhum Boletim de Ocorrência sobre o fato e ninguém foi preso. Procurada, a corporação negou que tenha ocorrido apreensão de arminhas. "Quanto à denúncia de disparos de arma de fogo, abusos na atuação policial e
apreensão de objetos, a PMMG, por meio do 41º BPM, esclarece que as
situações elencadas não aconteceram", disse.
Parte dos moradores criticaram o "evento"
Apesar do tom de brincadeira que a moradora cita, há quem discorde que a ação seja saudável. Um comerciante do bairro, que também pediu anonimato, foi categórico em afirmar que "arma, nem de brincadeira".
"Acho que para virar criminalidade não demora. Não vejo motivo de fazer isso, é inseguro, pode virar uma guerra de verdade, não concordo", afirmou.
Nas redes sociais, uma outra moradora reclamou do barulho. "Foi um caos na rua, correria, gritaria, chutavam os portões, som berrando, quem passava na rua se assustava achando que era briga de verdade e arma de verdade. Pode até brincar sim, mas em local fechado, tipo escola, quadra. E não meia-noite, na rua. No final quem ficou no prejuízo foram os moradores, que ficaram assustados e não dormiram para trabalhar", protestou uma moradora nas redes sociais.