O cirurgião-plástico Joshemar Fernandes Heringer negou, em audiência nesta terça-feira (17 de setembro), ter agido com negligência na morte da cabeleireira Edisa Soloni, de 20 anos, em Belo Horizonte. Ela passou mal após fazer um procedimento estético há quatro anos, em setembro de 2020. 

Indiciado pela Polícia Civil por homicídio culposo, o médico passa pela audiência de instrução, que decidirá se ele irá a Júri popular. No depoimento, ele disse que, quando a paciente teve um episódio de falta de ar, após o procedimento estético, retornou para o quarto e a atendeu.

Ele também afirma que, em seguida, medicou a mulher e a levou, com quadro estável e saturação acima de 90, para a emergência de um hospital particular, que teria ficado responsável pelos cuidados da paciente, que morreu no dia seguinte. 

Um prazo será dado para as alegações finais da acusação e da defesa. Depois disso, o juiz do processo vai definir pela pronúncia ou impronúncia do médico, o que determinará se ele vai a júri popular.

A reportagem tentou contato com o advogado responsável pela defesa de Joshemar, mas não conseguiu contato. O espaço permanece aberto para uma posição sobre o andamento do processo criminal do qual o médico é réu.

Relembre o caso

A cabeleireira Edisa Soloni passou por uma lipoescultura e enxerto de silicone nos glúteos, em 11 de setembro de 2020, na clínica onde o médico atuava, no bairro São Pedro, região Centro-Sul de BH. Após os procedimentos, ela começou a se sentir mal, quando deu entrada no hospital e morreu no dia seguinte.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que a vítima morreu de embolia pulmonar. O documento também mostrou que ela teve múltiplas perfurações nos órgãos.

À época, a clínica afirmou ter colaborado com as investigações para vistoria de suas dependências, mesmo sem a apresentação de um mandado judicial ou ordem de serviço.