Na tarde deste domingo (5), um cachorro da raça vira-lata, chamado Paçoca, foi morto a tiros em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após sair pelo portão aberto da casa para a rua. A tutora do animal acusa um policial aposentado de ter disparado contra o cachorro sem motivos aparentes. Já o suspeito alega legítima defesa. O caso foi registrado numa delegacia da Polícia Civil de Minas Gerais, que vai investigar o ocorrido.
A advogada Cristina Batista, de 49 anos, afirmou à reportagem que estava em casa quando seu cunhado abriu o portão para entrar com uma moto e seus dois cachorros vira-latas, de porte médio, saíram para a rua. Pouco tempo depois, ela relata ter ouvido um estampido e, ao chegar na rua, se deparou com um dos cachorros ensanguentado no asfalto. “O Paçoca é muito tranquilo, ele e meus outros cachorros vão sempre na rua, brincam com os moradores, são dóceis”, revelou ela.
Segundo o boletim de ocorrência registrado, o policial aposentado relatou que estava estacionando o carro na rua na companhia do sogro, de 80 anos, que carregava uma criança de um ano e dez meses no colo, quando percebeu dois cães em direção ao grupo em alta velocidade. Ele alegou que, ao entender que os animais poderiam representar risco à segurança das pessoas, efetuou um disparo que atingiu um dos cães, que morreu no local. Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o policial se ofereceu para retirar o cachorro do local, mas os tutores recusaram.
Cristina, entretanto, conta outra versão do ocorrido. Segundo ela, seus cachorros saíram na rua de forma dócil e não avançaram em ninguém. Ela conta, ainda, que o policial teria debochado da situação e feito ameaças, e que teria mandado o cunhado de Cristina tirar o corpo do cachorro da rua antes da polícia chegar. O suspeito, de acordo com Cristina, não mora na região e nunca tinha sido visto na rua até o momento.
Após a chegada da polícia, o suspeito apresentou aos agentes a documentação de sua arma, devidamente registrada. A perícia foi acionada, mas, segundo o boletim, o delegado de plantão dispensou a presença no local. O caso foi registrado como guarda inadequada de animais perigosos, contra Cristina, e destruição de propriedade alheia, contra o policial aposentado.