A autônoma Luciana Indiana, de 42 anos, denuncia ter sido vítima de uma ação truculenta de policiais militares durante o evento de pré-carnaval Boi da Manta, realizado no último sábado (8 de fevereiro), na cidade de Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte. A abordagem policial foi registrada em um vídeo, que circula nas redes sociais.

As imagens mostram a mulher imobilizada por três militares: um deles pressiona o cassetete contra o pescoço dela, enquanto o segundo pisa sobre as pernas da autônoma, e o terceiro a algema. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) nega que a abordagem tenha sido truculenta, e afirma que a mulher agrediu um dos militares com um tapa no rosto.

A autônoma Luciana Indiana, de 42 anos, denuncia ter sido vítima de uma ação truculenta de policiais militares durante o evento de pré-carnaval Boi da Manta, realizado no último sábado (8 de fevereiro), na cidade de Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte. A… pic.twitter.com/FDopHSwbUE

— O Tempo (@otempo) February 10, 2025

 

A agressão ao militar foi, inclusive, confirmada pela mulher, que disse ter sido vítima da abordagem violenta. "Eu estava muito nervosa. Mas quando o policial disse que iria me matar se eu continuasse falando daquele jeito, dei um tapa no rosto dele. Sei que errei por agredi-lo, mas isso não justifica os chutes, os socos e a forma que me trataram", argumenta.

Segundo Luciana, os militares chegaram até ela depois que participantes do evento denunciaram que um homem a estaria agredindo. "Quem me agrediu foi o namorado da minha prima e não o meu marido. Contei isso para os policiais, mas eles continuaram dizendo que era ele. Foi quando me estressei", detalha. A versão apresentada por Luciana foi reiterada por seu marido durante o depoimento à Polícia Militar, como consta no boletim de ocorrência.  

"Fiquei bamba, e ele me trancou"

Para a reportagem, a mulher disse que "foi jogada" no camburão (viatura para transporte de presos). "Eu coloquei meu pé para fora, para impedir que eles fechassem. Fiquei com muito medo, gritei pelo meu marido. Não tinha ninguém me acompanhando", acrescenta. No entanto, segundo ela, o militar agredido com um tapa no rosto lhe deu um soco para poder fechar a viatura. "Naquele momento, fiquei bamba, e ele me trancou", relatou. O boletim de ocorrência, registrado pelos policiais, indica que a mulher teria acertado um chute em um dos militares antes que a viatura fosse fechada.

Luciana afirma que teve o nariz quebrado e diversos hematomas devido às agressões. Ela e o militar agredido com um tapa no rosto e um chute foram levados para Unidade de Pronto-Atendimento de Pedro Leopoldo. Na unidade de saúde, conforme o boletim de ocorrência, a mulher esteve acompanhada de uma advogada. Após ser avaliada, ela foi encaminhada para a prisão, onde permaneceu até a manhã desta segunda-feira (10).

"Estou pagando pela forma que tratei o policial, por dar um tapa no rosto dele. Mas não precisavam ter me tratado daquela forma", argumenta. Questionada pela reportagem sobre a suposta agressão feita pelo namorado da prima da Luciana, a Polícia Militar informou que o homem não foi localizado. Por meio de nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) disse que um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi registrado e encaminhado ao Juizado Especial Criminal.