O olhar marejado e a voz embargada não escondem a fé de uma mulher que vivencia o luto pela morte de sua filha. Vestida com uma blusa estampada com o versículo bíblico “Buscai ao Senhor”, a costureira Márcia Teixeira, de 47 anos, manifesta a sua crença em um “momento de dor” e enquanto busca por justiça. A filha dela, Stefany Vitoria Teixeira Ferreira, de 13 anos, foi morta por um homem de 54 anos, que era pastor na igreja onde frequentavam.

O corpo da garota foi encontrado com sinais de violência nessa terça-feira (11 de fevereiro), dois dias após o desaparecimento, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. “Eu estava pregando enquanto Deus recolhia a alma da minha filha. Sei que é um momento difícil, que minha filha vai para um caixão, mas não vou deixar de glorificar ao meu Deus”, expõe Márcia.

DESABAFO- O olhar marejado e a voz embargada não escondem a fé de uma mulher que vivencia o luto pela morte de sua filha. Vestida com uma blusa estampada com o versículo bíblico “Buscai ao Senhor”, a costureira Márcia Teixeira, de 47 anos, manifesta a sua crença em um “momento de… pic.twitter.com/Pr64V6TIq2

— O Tempo (@otempo) February 12, 2025

Stefany havia saído de casa na tarde do último domingo (9 de fevereiro) para encontrar com uma amiga. Segundo Márcia, a garota pediu para que ela a buscasse caso não chegasse a tempo do culto. “Ela pediu para passar na casa da amiga dela se não fosse para a igreja. Só que quando cheguei lá, ela não tinha chegado na casa da menina”, lembra a mãe.

A investigação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) identificou que Stefany aceitou uma carona de João das Graças, que era pastor em uma igreja onde a mãe a filha haviam frequentado. Este homem levou a menina sentido a Lagoa do Tejuco, na divisa entre Ribeirão das Neves e Esmeraldas, onde ela foi agredida. O corpo foi encontrado em um monte na mesma região, local que é utilizado por grupos religiosos para orações.

“Jamais imaginava que ele poderia matar a minha filha, ninguém do bairro pensava isso. A gente frequentava a igreja dele, mas paramos de ir por uma questão espiritual. Mas não vai ser esse joio do meio do trigo que vai atrapalhar a minha fé”, desabafa a mãe, lembrando de outro versículo bíblico.

Segundo Márcia, sua filha era uma “menina tranquila”, que gostava de jogos online e de brincar na rua. “Ela tinha muitos sonhos. Dizia que queria estudar para ter uma vida boa, e formar uma família. Infelizmente, esses sonhos foram interrompidos por crueldade”, lamenta.

O corpo de Stefany Vitória foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) nesta quarta-feira (12 de fevereiro). O velório e o sepultamento estão previstos para esta quinta-feira (13 de fevereiro), em Belo Horizonte. O corpo da garota será sepultado em um jazigo particular da família paterna.