O Carnaval de Belo Horizonte deste ano vai contar com um reforço tecnológico, nunca usado no Estado, para garantir a segurança do folião. Durante todos os dias de festa, 200 drones, capazes de realizar reconhecimento facial de criminosos, vão tomar conta dos céus da capital. Os equipamentos serão usados para localizar e rastrear, em meio à folia, bandidos procurados pelas forças de segurança, ou seja, com mandados de prisão em abertos dentro e fora de Minas.

A solução inteligente de combate à criminalidade promete identificar os foliões 'fora da lei' mesmo que eles estejam fantasiados ou fazendo o uso de quaisquer adereços. Os equipamentos podem filmar até 360º e têm capacidade de identificar uma pessoa num raio de três a quatro quilômetros. Além disso, os drones também vão emitir sinais sonoros de alerta e dicas de segurança aos foliões.

Os dispositivos vão sair dos Postos de Observação Elevada (POE) instalados em diversos pontos da cidade. As imagens captadas serão enviadas, em tempo real, à central da Polícia Militar (PM). As filmagens serão processadas e comparadas com o banco de dados da PM, responsável em realizar as buscas pelos infratores. 

Reconhecimento facial possui 93% de assertividade

De acordo com o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), os dispositivos possuem 93% de assertividade. Os drones serão usados pela primeira vez no Carnaval de Belo Horizonte para auxiliar no combate eficiente a criminalidade e aos crimes violentos. Contudo, os equipamentos já foram testados de modo sigiloso, na última semana. Com os drones, os agentes de segurança conseguiram identificar 116 pessoas que possuíam mandados de prisão em abertos.

"Essa ferramenta é o melhor  modo de realizar o reconhecimento facial. Se trata de uma tecnologia precisa capaz de identificar e localizar o criminoso. Testamos os equipamentos de modo sigiloso junto com a PM. Por isso, não vou dar mais informações a respeito de tal testagem. Contudo, o que posso certificar a todos é  quanto a assertividade de 93% no uso dos drones com reconhecimento facial. Friso que não significa que exista um prejuízo de 7% nas buscas, pelo contrário. Esse número se dá as identificações de pessoas que não estavam no banco de dados da PM. Essas pessoas foram abordadas e, em seguida, liberadas. Com a certeza do sucesso dos mecanismos no Carnaval de BH podemos pensar em utilizar os drones em grandes eventos esportivos, por exemplo", destacou Simões.

Especialista alerta

Quanto a assertividade do reconhecimento da ferramenta o especialista em segurança pública da PUC Minas Luis Flávio Sapori alerta quanto a importância das forças de segurança usarem o recurso tecnológico avançado com cautela. "Fico surpreso que esta tecnologia tão avançada tenha chegado em Minas. Não tinha notícia que esse tipo de recurso pode desconsiderar as fantasias das pessoas. Contudo, é importante levar em conta que no Brasil e no mundo não existem garantias plenas quanto a assertividade nas identificações. Por conta disso, o uso dos drones para vigilância deve ser empregado com cautela para que erros grosseiros, onde inocentes acabem presos, devido a uma falha do algoritmo, não ocorra", pontuou o especialista.