Insatisfeitos com a falta de propostas da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e da Minas Gerais Administração e Serviços (MGS) que atendam as reivindicações da categoria, os funcionários terceirizados da Rede Municipal de Ensino de BH realizarão, nesta quinta-feira (20 de fevereiro), uma assembleia geral na Praça Afonso Arinos, no Centro da capital. Caso não haja um avanço nas negociações, a classe está ameaçando deflagrar uma greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (24 de fevereiro). Os trabalhadores são contratados pela MGS, que presta serviço para a PBH. 

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-REDE/BH), a decisão foi tomada em uma assembleia realizada no dia 12 de fevereiro, oportunidade em que quatro mil trabalhadores estiveram presentes. Na ocasião, conforme o sindicato, representantes do governo alegaram que precisavam de mais tempo para apresentar uma proposta e, apesar da desconfiança quanto a alegação, a categoria optou aguardar por uma nova assembleia antes de iniciar a paralisação.

Reivindicações

Segundo o Sind-REDE, a última proposta apresentada pela PBH foi de 7% de reajuste no salário e no ticket. "A proposta foi considerada insuficiente pela assembleia realizada no dia 29 de janeiro, que reivindicou a recomposição da inflação + 10% de ganho real, equiparação aos de outros trabalhadores com funções iguais ou similares às suas na cidade de Belo Horizonte e cidades próximas, o fim da escala 6 por 1 e a redução da jornada de trabalho sem redução de salários", disse a entidade.

Segundo o sindicato, a categoria - que é composta por trabalhadores de cantina, faxina, portaria, mecanografia, monitores do Programa Escola Integrada, auxiliares de apoio ao educando (que acompanham as crianças com deficiência) e artífices, está denunciando as condições precárias de trabalho, baixos salários, alta carga horária e o assédio moral por parte dos supervisores.

Ainda conforme o Sind-REDE, a classe negocia com a Prefeitura e a MGS, mas até o momento nem as demandas mais básicas foram atendidas. "A paralisação destes trabalhadores compromete o funcionamento das escolas municipais, afetando diretamente o atendimento às crianças. Por isso, a categoria espera que a Prefeitura compreenda a urgência da pauta e estabeleça um diálogo efetivo", pontuou o sindicato.

O que diz a MGS?

Em nota enviada à reportagem de O TEMPO, a MGS reafirmou seu compromisso com a valorização de sua equipe, e disse que a empresa tem mantido diálogo com os representantes dos trabalhadores e está sempre aberta a negociações que sejam viáveis e sustentáveis para ambas as partes.

"A MGS apresentou proposta de reajuste de 7% no salário e no Vale Alimentação/Refeição para todos os empregados vinculados à categoria, índice bem superior à inflação de 2024, que ficou em 4,83%. Seguimos em tratativas para buscar soluções que equilibrem as necessidades dos colaboradores e as possibilidades da empresa, garantindo a continuidade dos serviços prestados à sociedade com qualidade e responsabilidade", ressaltou a empresa.

Posicionamento da PBH

A Prefeitura de Belo Horizonte também foi procurada pela reportagem de O TEMPO para um posicionamento sobre a possível paralisação e aguarda o retorno do órgão.

Confira a programação do Sind-REDE para esta quinta-feira (20 de fevereiro) 

  • 9h - Assembleia geral dos trabalhadores terceirizados da Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte, na Praça Afonso Arinos;
  • 11h - Ato público por negociação - passeata na avenida Afonso Pena, em direção à PBH;
  • 12h30 - Campanha de doação de sangue na Fundação Hemominas.