Em entrevista a O TEMPO nesta terça-feira (11 de março), a mãe de Yara Karolaine, de 10 anos, disse acreditar que a filha foi morta por vingança. O suspeito do crime, motorista da Prefeitura de Água Boa, conhecia a família, mantinha contato com a mãe da garota pelo WhatsApp e tentou namorar a mulher. Ele ainda foi à casa da família por dois dias depois do desaparecimento da garota.
Maria Geralda, contudo, disse que não queria namorar o homem, uma vez que estava em um relacionamento desde novembro. “Eu não tinha relacionamento com ele, eu já estava inclusive namorando, acho que isso foi a revolta dele porque ficou sabendo que eu estava namorando. Ele já tentou ficar comigo várias vezes, eu não aceitava, não queria. Então acho que ele pegou e descontou tudo isso na minha filha, isso foi vingança que ele fez”, declarou.
A mulher contou que conversava com o homem muito pelo WhatsApp “como amigo”, em uma amizade saudável, uma vez que o homem era motorista de ambulância na região e a família sempre precisava do serviço de resgate. “Ele pediu para namorar, eu não aceitei e eu acho que foi isso, vingança”, disse.
À reportagem, a mulher também contou que pressentiu a morte da filha, que sumiu na terça-feira de Carnaval (4 de março) por volta das 21h45. Ela acredita que a filha foi morta duas horas depois. “Foi na terça mesmo, coração de mãe não engana. Ele matou minha filha às 23h45 porque, nesse horário, meu coração doeu, mas doeu foi muito. Senti como se fosse uma facada no peito nesse mesmo horário. Ele matou minha filha na terça-feira, deixou o corpo dentro de casa, buscou outro carro e jogou minha filha como jogou. Foi na terça-feira que ele fez essa covardia”, contou.
No sábado (8 de março), quando o corpo foi encontrado, a mulher afirmou que já sabia ser a filha. A identificação ocorreu horas depois, quando o irmão da garota reconheceu a vítima no IML. Maria Geralda disse à reportagem que a filha era tudo na vida dela. Ela listou várias qualidades da criança, descrevendo-a como uma “pessoa calma, tranquila, sossegada, brincalhona, sorridente, alegre, comunicativa, gostava de todo mundo”.
Na terça-feira de Carnaval, Yara Karolaine iria dormir na casa da amiga que a viu entrar no carro do suspeito. Aquela era a primeira vez que a garota dormiria com essa amiga, apesar de já ter costume de passar a noite com outras colegas. A mãe acredita que o suspeito já monitorava Yara Karolaine e aproveitou aquele momento em que a criança estava sozinha para realizar o rapto. “Tenho certeza de que ele estava monitorando, ele não ia passar na rua nesse horário que passou”.
A mulher preferiu não afirmar se houve crime sexual, dizendo que isso ficará a cargo da Polícia Civil.