O triplo homicídio que chocou, neste sábado (29 de março), o bairro Novo Aarão Reis, na região Norte de Belo Horizonte, foi motivado pela cobrança de um "vacilo" por traficantes da região, após as vítimas perderem drogas avaliadas em cerca de R$ 10 mil. Além do homem e das duas mulheres mortas, outras três pessoas acabaram feridas, sendo uma delas uma criança de apenas 6 anos, filho de uma das vítimas.
O sargento Emerson Magalhães, do 13º Batalhão da PM, foi o responsável pelo registro da ocorrência. Ele conta que os policiais foram acionados nas primeiras horas da manhã até um barracão abandonado, localizado em um local de difícil acesso nas proximidades da rua Oito. No local, os militares acabaram encontrando, já sem vida, um homem de 21 anos, sua companheira, de 36, e uma irmã de consideração da mulher, de 29.
Já na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Norte, a PM localizou duas pessoas que também tinham sido vítimas de disparos de arma de fogo nas pernas. "Um homem de 42 anos estava junto das pessoas que foram mortas, mas, após ser atingido na perna, ele fingiu de morto para escapar, conseguindo socorro após os suspeitos irem embora", detalhou o sargento.
Suspeita foi baleada após se recusar a participar
Ainda conforme o policial que atendeu a ocorrência, a outra pessoa que foi socorrida, uma mulher de 28 anos, era, na verdade, uma das autoras do crime, que acabou sendo baleada pelos comparsas.
"Nós descobrimos que, durante a madrugada, dois chefes do tráfico da região chamaram eles para cobrar um 'vacilo' em relação à perda de drogas no valor de R$ 10 mil. Acontece que, no caminho, essa mulher desistiu de participar do crime, o que irritou o 'patrão' dela, que efetuou um disparo na perna dela. Com medo de morrer, ela pulou às margens do córrego do Onça", contou o sargento Magalhães.
Depois disso, a mulher acabou sendo socorrida até a UPA Norte, sem risco de morte. Dois dos mandantes do crime, dois homens de 28 e 39 anos que seriam líderes do tráfico na região, foram qualificados na ocorrência e serão alvo de investigação da Polícia Civil.
Filho de mulher morta foi levado por traficantes
Depois de balearem a comparsa, os suspeitos foram até a residência da família, que acabou sendo levada para dentro do barracão abandonado. Lá, com facas e pedaços de pau, o grupo intimidou as vítimas até que um dos criminosos, que estava armado, efetuou os diversos disparos que acabaram matando as três pessoas.
"Nisso descobrimos que existia uma criança envolvida, filha de uma das mulheres assassinadas. Fizemos diligências na casa dos suspeitos e conseguimos encontrá-la com um ferimento no peito, aparentemente de um estilhaço de um dos disparos de arma de fogo", completou o sargento Magalhães.
Na casa dos suspeitos, acabaram sendo presos outros dois suspeitos de envolvimento na execução, sendo uma mulher de 24 anos e um homem de 41. O caso agora será investigado pela Delegacia de Investigação de Homicídios de Proteção à Pessoa (DIHPP).
Procurada por O TEMPO, a Polícia Civil informou, por nota, que enviou imediatamente a perícia oficial ao local do fato. "A ocorrência encontra-se em andamento com a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar, que são as fontes para demais informações", concluiu.