A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu, nesta terça-feira (29 de abril), mandados de busca e apreensão contra uma quadrilha de Goiânia, capital do estado de Goiás, que praticava estelionato e causou um prejuízo de R$ 1 milhão a 67 vítimas residentes em Minas Gerais. A ação contra o grupo, que conta com mais de 50 integrantes, foi realizada na cidade goiana e contou com o apoio da Polícia Civil de Goiás (PCGO). A PCMG identificou 17 suspeitos e representou pela prisão preventiva deles, porém o pedido foi indeferido pela Justiça.

De acordo com o delegado Thiago Machado, chefe da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DEOSP), a organização criminosa atua há quatro anos em Goiás. As investigações, iniciadas no ano passado, apontam que os integrantes cometiam os crimes por meio de ligações telefônicas, nas quais fingiam ser familiares das vítimas, alegavam estar em situação de emergência e solicitavam dinheiro. Assim, as vítimas eram enganadas e induzidas a depositar quantias em contas bancárias. Conforme Machado, a quadrilha mantinha mais de 100 contas, registradas em nome de “laranjas” — pessoas que recebiam R$ 250 para ceder seus dados.

“Além dos golpes por telefone, eles utilizavam imagens de anúncios verdadeiros para criar publicações falsas em redes sociais, em perfis de vendas de carros e plataforma de compra e venda online. Prometendo vantagens, também induziam as vítimas ao erro, levando-as a realizar depósitos nas contas bancárias”, destacou Machado.

Grupo ostentava vida de luxo

De acordo com o delegado, a quadrilha movimentava o dinheiro entre diversas contas bancárias e, por meio da prática criminosa, adquiriu carros de luxo e outros bens de alto valor.

“É importante destacar que a quadrilha se aproveitava da baixa percepção das pessoas, que acabavam enxergando uma oportunidade de se dar bem, comprar algo mais barato, e realizavam o pagamento de valores — em alguns casos, até baixos. Inclusive, 20% das vítimas eram pessoas idosas", explicou Thiago.

Os policiais conseguiram entrar nas residências dos 17 suspeitos identificados e apreenderam celulares, cerca de 100 chips de telefone, máquinas de cartão de crédito e outros instrumentos utilizados na prática do crime.

Thiago Machado também informou que a Justiça determinou o bloqueio judicial de até R$ 1 milhão das contas utilizadas pela quadrilha. As investigações prosseguem, e os suspeitos podem ser indiciados pelos crimes de estelionato virtual e lavagem de dinheiro.