O vapor Benjamin Guimarães, um dos principais patrimônios de Minas Gerais, se reencontrou com as águas do São Francisco na manhã deste sábado (3 de maio), em Pirapora, no Norte de Minas. O barco ficou longe do rio nos últimos cinco anos, período em que passou por uma reforma estimada em R$ 5,8 milhões para poder retomar as atividades turísticas na região.

A última etapa da reforma foi concluída em 24 de abril, quando a equipe da Indústria Naval Catarinense/INC, responsável pela execução da reforma, realizou a instalação da nova caldeira na embarcação, movida a lenha. De acordo com informações da prefeitura de Pirapora, os 60 CV de potência da caldeira impulsionarão o barco na velocidade de até 6,5 nós, aproximadamente 12 km/h.

Dentro da água, o Benjamin Guimarães agora vai passar pelos últimos testes antes da reinauguração oficial, prevista para 1º de junho, durantes as comemorações dos 113 anos de Pirapora; quase uma década desde a última viagem do vapor.

 

Depois de cinco anos fora das águas e uma reforma de R$ 5,8 mi, o tradicional barco à vapor Benjamim Guimarães voltou ao rio São Francisco, em Pirapora, no Norte de Minas, neste sábado. Segundo a prefeitura, a embarcação será reinaugurada oficialmente em 1° de junho – nas… pic.twitter.com/VH51X2lSc4

— O Tempo (@otempo) May 3, 2025

 

O Benjamin Guimarães foi criado em 1913. Inicialmente, ele era utilizado para navegação no Rio Amazonas, mas na década de 1920 foi transferido para o “Velho Chico”, onde realizava transporte de cargas e passageiros entre Pirapora e Juazeiro, na Bahia. Na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, a embarcação transportou tropas do Exército Brasileiro para o patrulhamento da costa litorânea do Nordeste. 

A embarcação é, inclusive, tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). O tombamento foi aprovado por decreto em 1985. Com capacidade para 140 pessoas, entre tripulantes e passageiros, o vapor é uma embarcação fluvial de popa quadrada, com máquina a vapor de 60 CV de potência alimentada por lenha, e com uma capacidade máxima de estocagem de 28 toneladas de combustível. O sistema de propulsão é o de roda de pás localizado na popa, capaz de atingir até 6,5 nós de velocidade máxima, o equivalente a 12km/h. A embarcação tem 43,85 metros de comprimento total e 7,96 metros de largura.

Conforme a Empresa Municipal de Turismo de Pirapora (Emutur), a volta do barco ao Velho Chico ocorreu depois de 10 anos de reformas e impasse entre o poder público. A reforma do Benjamim Guimarães foi feita pela Eletrobras. Inicialmente, os recursos para a reforma seriam custeados pela Prefeitura de Pirapora por meio de financiamento pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Mas após acordo com o Ministério de Minas e Energia, a Eletrobras assumiu o projeto de restauração.