Antônio Fraga, de 73 anos, que chegou a ser dado como morto pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), conseguiu provar na Justiça que um assassino havia se passado por ele durante décadas. Com isso, a juíza Daniele Bertolini, da Vara de Registros de Belo Horizonte, determinou o cancelamento da certidão de óbito.

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O drama de Fraga começou no segundo semestre de 2023. "Passei a notar que o pagamento da minha aposentadoria não estava sendo feito. Estranhei demais e fui até o INSS. Chegando lá, a atendente me disse: ‘Aqui consta que o senhor morreu’. Levei um susto", relata.

Tudo aconteceu porque José Anastácio da Silva, que usava o nome de Fraga, morreu em Aparecida de Goiânia, em Goiás. "Perdi minha identidade há décadas, quando ainda era jovem e ia para São Paulo trabalhar", relembra.

Silva colou uma foto 3x4 dele sobre a de Fraga em um documento e assumiu não só o nome do motorista aposentado, mas também sua idade e até o nome da mãe. No Instituto de Identificação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Fraga descobriu que o usurpador de sua identidade era foragido da Justiça por homicídios e havia fugido para Goiás para tentar recomeçar a vida.

Após a morte de Silva, a vida de Fraga travou, como ele mesmo conta. "Eu tinha uma cirurgia para fazer, mas ela não pôde ser realizada. Perdi várias noites de sono por causa das contrariedades e aborrecimentos. Tive depressão e passei a tomar remédios. Eu vivia como um zumbi no meio dos humanos", desabafa.

Agora, com a situação regularizada, ele espera recuperar o tempo perdido. "Vou fazer tudo aquilo que fiquei impedido de fazer. Em primeiro lugar, quero cuidar da minha saúde e depois passar uns dias em uma praia bem sossegada", afirma.

Fraga também aguarda a regularização do pagamento da aposentadoria. "Tudo está nas mãos de Deus", finaliza.