A mineradora Samarco pode estar prestes a encerrar o processo de recuperação judicial, cujo pedido foi protocolado em novembro de 2024 na 2ª Vara da Fazenda Empresarial de Belo Horizonte. Segundo a empresa, todas as obrigações previstas no Plano de Recuperação Judicial (PRJ) foram integralmente cumpridas, conforme apontam as últimas manifestações nos autos do processo. 

“A Samarco segue confiante de que o processo de recuperação judicial será encerrado em breve”, afirmou a mineradora em nota. O fim da recuperação judicial significa que a Samarco dá um passo para deixar de estar sob a supervisão da Justiça quase dez anos após o rompimento da barragem de Fundão — ocorrido em 5 de novembro de 2015 — que matou 19 pessoas e causou impactos ambientais imensuráveis. A partir daí, o acompanhamento das ações da empresa passa a ser realizado por credores, sociedade e órgãos públicos.

Entre as obrigações assumidas pela Samarco no PRJ estão: o pagamento de créditos trabalhistas, a reestruturação de dívidas com credores, o financiamento da reparação socioambiental, entre outras. Mesmo após o encerramento formal do processo, as medidas seguem sendo monitoradas pela Justiça.

Retomada de 100% até 2028

O plano da mineradora é retomar 100% da capacidade operacional até 2028. A informação foi dada pelo presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, no último dia 27 de maio. Na ocasião, Vilela detalhou que a produção estimada deverá ser de 27 milhões de toneladas de pelotas de minério por ano, e que o investimento previsto gira em torno de R$ 13 bilhões. Atualmente, a mineradora opera com 60% da capacidade.

Após a fase de expansão, devem ser abertas de 2 mil a 3 mil vagas para empregados próprios. Com relação à disposição dos rejeitos de minério, a mineradora não os aloca mais em barragens: 80% são empilhados a seco e 20% são depositados em cavas (buracos grandes), em forma de lama.