O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), promove nesta segunda-feira (11/8) o Dia D da Busca Ativa Escolar, uma mobilização simultânea em escolas de todas as regiões do estado, com o objetivo de reforçar a importância da permanência dos estudantes na escola. “Tivemos um resultado expressivo em 2023, com 78 mil alunos retomando os estudos. Em 2024, esse número subiu para 98 mil. E, neste ano, lançamos o Dia da Busca Ativa exatamente no Dia do Estudante. Hoje é o Dia da Busca Ativa, em que realizamos um trabalho mais intensificado com a comunidade, os próprios estudantes e os profissionais da escola, mostrando para o aluno infrequente a importância de retomar os estudos”, afirmou Cláudia Lara, subsecretária de Articulação Educacional do Estado de Minas Gerais, em visita à Escola Estadual Bolívar Tinoco Mineiro, no bairro Ribeiro de Abreu, região Nordeste de Belo Horizonte. 

A subsecretária também ressaltou a preocupação com a evasão escolar e os impactos para o futuro dos jovens. “É muito comum estudantes do Ensino Médio deixarem de estudar por questões financeiras, buscando um emprego. Nessa abordagem, mostramos, junto com o Ministério do Trabalho, a importância de obter o certificado, construir uma trajetória e dar continuidade após o Ensino Médio, para que esse jovem não fique em subempregos”, disse. 

Segundo Cláudia, o objetivo do Dia D é conscientizar os estudantes sobre a importância da educação como caminho para uma vida mais digna e oportunidades de trabalho qualificadas. “A escola não trabalha apenas com o aluno infrequente, mas também com aquele que está desinteressado, mostrando o valor de se manter envolvido nas atividades escolares. Queremos que ele conquiste um bom emprego, participe do Enem, curse uma faculdade. Essa conscientização começa dentro da escola, mas também envolve um comitê intersetorial”, explica. 

Esse comitê intersetorial reúne diferentes órgãos públicos. “Em 2024, firmamos uma parceria com o Unicef, por meio do programa Busca Ativa. Com essa parceria, criamos um comitê intersetorial com participação da Assistência Social, Ministério do Trabalho, Ministério Público, Defensoria Pública, entre outros. Quando identificamos situações sensíveis, cada órgão atua em sua área para ajudar esse estudante a retornar à escola”, afirma a subsecretária. 

Projeto ‘Bolívar no Ar’: escola lança videocast para engajar alunos 

Na Escola Estadual Bolívar Tinoco Mineiro, localizada no bairro Ribeiro de Abreu, foi criado o projeto “Bolívar no Ar”, um videocast produzido por alunos do ensino médio como estratégia de Busca Ativa e engajamento escolar. Pela manhã, o espaço funciona como estúdio de gravação; à noite, é utilizado como laboratório técnico pelos alunos do curso de enfermagem. 

A professora de Arte Muriel Guimarães, responsável pelo projeto, conta que a proposta surgiu da necessidade de aproximar os estudantes da aprendizagem de forma mais significativa. “O projeto surgiu da necessidade de tornar os alunos protagonistas do próprio processo de aprendizagem. Estamos lidando com adolescentes, uma fase complicada, cheia de emoções. Para prender a atenção deles e engajá-los, buscamos uma forma de aliar teoria e prática”, explica. 

Ela destaca que toda a construção do videocast foi democrática e colaborativa. “Os alunos sentem necessidade de executar. Nas primeiras aulas, apresentei o projeto, os desafios e as possibilidades. Desde o início, tudo foi feito de forma democrática: eles sugeriram o nome, votaram, propuseram os temas. Não cheguei com um roteiro pronto. Foi uma construção coletiva”, disse.

 

O projeto já produziu oito episódios com temáticas diversas. Muriel se orgulha do envolvimento dos alunos em todas as etapas: nome, logo, roteiro, operação de câmera, edição e apresentação. “Eles viram a importância do papel que têm na construção do videocast. Isso fez toda a diferença. Quero que eles se sintam orgulhosos do que estão fazendo. Por isso estou tão feliz. Vi o quanto se esforçaram e se dedicaram. Isso é desafiador até para um profissional da comunicação. Imagine para eles”, contou orgulhosa. 

Alunos falam sobre protagonismo e acolhimento 

A estudante Maria Eduarda Goudim, de 16 anos, aluna do 2º ano do ensino médio, enfatizou o impacto da experiência na formação pessoal e coletiva da turma. “Toda essa construção coletiva está sendo muito importante. Ouvimos todas as opiniões. O coletivo tem sido essencial nas nossas decisões. Estamos super felizes”, contou a aluna. 

Durante a gravação, a aluna Glaucia Vitória também destacou a importância da escola como espaço de acolhimento. “A escola não é somente para estudos, mas um local de oportunidades e acolhimento. O que muitas vezes não há em casa”, afirmou.