O projeto para a construção do BRT Amazonas deve ficar pronto em breve. Uma reunião entre os representantes da Prefeitura de Belo Horizonte e membros das Comissões Regional de Transportes e Trânsito (CRTT) da cidade, nesta segunda-feira (11/08), teve como objetivo coletar sugestões e demandas de cada regional para a estruturação do plano que promete aumentar a mobilidade do transporte público ao longo dos 39 quilômetros da via.

O início das operações, que contemplam estações e pontos de embarque em pelo menos 8 quilômetros (entre Anel Rodoviário e Praça Raul Soares), além de faixas exclusivas para os coletivos, está previsto para 2030, contudo, o grupo de trabalho precisa apresentar o projeto, abrir o processo para licitação e, assim, executar as obras.

“Estamos na fase de elaboração de projetos, projetos de transporte e de engenharia para construção. Nosso objetivo com essa reunião é uma escuta ativa da sociedade, das pessoas que são diretamente afetadas pelo empreendimento”, disse o superintendente de mobilidade de Belo Horizonte Rafael Murta.

Uma dessas pessoas é a aposentada Maria Aparecida Bayão, de 76 anos. Ela é da CRTT Oeste, onde vai se concentrar a maior parte do BRT (entre Anel Rodoviário e Praça Raul Soares) e a maior preocupação dela é garantir transporte de qualidade para trabalhadoras que moram em outras cidades e que trafegam pela avenida Amazonas.

“O movimento que nós temos na avenida Amazonas vem, a maior parte, dos municípios de Contagem e Betim. Nós temos um número de usuários muito grande que são domésticas, que moram nesses locais, mas que trabalham em Belo Horizonte. Então, essas trabalhadoras não podem ficar prejudicadas. Elas precisam entender como vai ser o deslocamento, quais serão as mudanças, se vai ter alteração na tarifa, etc”, disse.

A implementação do BRT Amazonas é um projeto antigo. Após doze anos de promessas, a Prefeitura de Belo Horizonte assinou em abril deste ano um contrato para elaboração dos estudos e projetos de mobilidade urbana do modal.  Em junho do ano passado, o então prefeito Fuad Noman assinou o termo de R$ 19 milhões na expectativa de os documentos serem entregues em 30 meses. O serviço não foi finalizado e coube à prefeitura chamar o segundo colocado na licitação para assumir o contrato, agora estimado em R$ 20,5 milhões.   

“O projeto não pode ser desenvolvido dentro do escritório, feito só por engenheiros e arquitetos, sem ouvir a população, sem entender das pessoas quais são as dificuldades no dia a dia, quais são as percepções delas do que já acontece e quais são as expectativas dessas pessoas. A gente vai ter não só esse momento de agora, mas outros momentos ao longo do desenvolvimento dos projetos”, completou Murta.

O consórcio que assume o contrato é composto por quatro empresas com sede em São Paulo: Oficina Engenheiros Consultores Associados LTDA, Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), Pitmen Consultores LTDA. e Gustavo Penna Arquiteto & Associados. O valor previsto é de R$ 20,5 milhões. O prazo de execução do serviço é estipulado em 28 meses.