A audiência de instrução com Welbert de Souza Fagundes, suspeito de matar o sargento da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) Roger Dias da Cunha, em janeiro do ano passado, foi adiada para o dia 19 de setembro de 2025, às 13h30, após uma falha no contato com o advogado de defesa durante a sessão virtual que era realizada nesta quarta-feira (20/8). A nova audiência irá ocorrer no 2º Tribunal do Júri Sumariante, que fica no bairro Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Fagundes está preso na penitenciária de Francisco Sá, no Norte de Minas.

Na audiência de hoje, das dez testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa para serem ouvidas, apenas uma se pronunciou. Conforme a apuração da reportagem anteriormente, Welbert Fagundes ficaria em silêncio durante todo o interrogatório. Nem as possíveis perguntas do advogado de defesa seriam respondidas. 

O depoimento do acusado de atirar no policial militar seria o último procedimento processual antes de a Justiça abrir prazo para alegações finais e agendar a sessão do Tribunal do Júri, que pode condenar ou absolver o suspeito. Esse próximo passo é passível de recurso da defesa, mas a reportagem apurou que não há essa pretensão entre os advogados.

Uma das principais teses defensivas para afastar a culpa do cliente era uma possível insanidade mental, mas a perícia oficial descartou a inimputabilidade do réu, entendendo que ele era plenamente capaz no dia do crime. Nos últimos dias, o comparsa de Welbert Fagundes no dia do homicídio foi condenado a quase 14 anos. 

Relembre o caso

O sargento Roger Dias, de 29 anos, foi baleado à queima-roupa na noite de 5 de janeiro de 2024, durante uma perseguição a dois suspeitos no bairro Novo Aarão Reis, na região Norte de Belo Horizonte. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o militar tenta abordar o suspeito e é surpreendido com disparos na cabeça. O policial chegou a ser socorrido, mas teve morte cerebral confirmada dois dias depois.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, antes do assassinato do sargento, os suspeitos haviam roubado um veículo e fugiam da abordagem policial. Durante a perseguição, o motorista do Fiat Uno, Geovanni Faria de Carvalho, colidiu com uma motocicleta e seguiu em alta velocidade até bater em um poste. Em seguida, ele e Welbert fugiram a pé pelas ruas do bairro.

Minute depois, o sargento Roger localizou Welbert. Segundo a acusação, o suspeito sacou uma arma escondida e atirou contra o militar, que foi atingido na cabeça. Welbert ainda teria efetuado disparos contra outro policial que participava da ação, mas não conseguiu acertá-lo.