O prefeito de Belo Horizonte Álvaro Damião (União Brasil) disse que está fazendo um estudo na saúde municipal para avaliar um possível remanejamento dos profissionais que atuam nessas instituições. Damião não descartou demissões no quadro de funcionários, caso o estudo indique que não há necessidade de manter o colaborador no quadro. “Se (o estudo) falar que não está precisando do funcionário ali, ele vai ser tirado dali. Eu não vou ficar com o funcionário sem precisar, não”, disse em coletiva para imprensa, nesta segunda-feira (25/08), durante o cerimônia de 22 anos da Guarda Municipal de Belo Horizonte.
“A gente está conversando já com o secretário Danilo (chefe da saúde municipal), analisando posto por posto. Tem posto que precisa, tem posto que não precisa. Às vezes, podemos remanejar. Tira aquele que está ali e vem pra cá, porque aquele ali tá ocioso. É esse estudo que a gente tá fazendo pra gente resolver onde precisar”, disse.
Na semana passada, O TEMPO recebeu, com exclusividade, uma denúncia de uma funcionária de que um dos 153 centros de saúde do município que teria participado de reuniões da prefeitura teria sido dito, pelo próprio secretário de saúde, Danilo Borges, que ocorreriam cortes de funcionários lotados nessas instituições, a começar pelos Guardas Civis Municipais. A fala foi de encontro ao comunicado, divulgado na semana passada, sobre a retirada dos agentes dessas instituições. A medida não foi efetivada, após grande comoção dos servidores da saúde.
“Qual é o problema de cortar? ‘Ah, mas a gente quer mais médicos’. Claro, mas você está olhando do seu lado. E o cara que administra? E o que paga a folha?’, respondeu Damião sobre a possibilidade de cortes.
Ainda segundo a funcionária ouvida pela reportagem, Danilo Borges teria dito em uma das reuniões que a saúde de BH estaria prestes a “colapsar”. Ao ser questionado sobre um suposto “colapso na saúde” de Belo Horizonte, o prefeito atribuiu o problema à falta de repasses dos governos Zema e Lula. “O que está colapsando são os repasses do Estado e da União. A gente depende deles para poder cuidar da saúde de Belo Horizonte”.
Ainda assim, amenizou o quadro: "mas já está tudo sendo administrado, tanto com o Estado quanto com a União. Eu mesmo fui em reuniões para poder defender essa situação, fui muito bem recebido pelo governador Romeu Zema, e fui muito bem recebido pelo ministro Alexandre Padilha. E eles prometeram nos ajudar a resolver essa situação. Não pode é ficar um gargalo em cima de Belo Horizonte. Belo Horizonte tem que cuidar de tudo. É Belo Horizonte que cuida de Contagem, é Belo Horizonte que cuida de Vespasiano. É o rapaz que vem lá do Norte de Minas.”.
Damião não deixou de se queixar de uma fala feita em quase todas as agendas públicas de Zema, que diz que vai garantir a construção de seis hospitais regionais, em diferentes partes do estado: "'Ah, nós vamos inaugurar mais hospitais no interior do estado'. Então inaugura logo, ué! Inaugura logo que eu já não estou aguentando mais. Belo Horizonte não aguenta mais", queixou-se, sem citar nominalmente o governador.
O governo de Minas e o Ministério da Saúde foram questionados sobre os supostos atrasos nos repasses. Caso se manifestem, esta matéria será atualizada.