Recuo

Após anunciar vacinação de lactantes em MG contra Covid, governo recua

Zema divulgou que grupo poderia ser vacinado, mas agora governo explicou ser necessária nova nota técnica, que deve ser publicada nesta semana

Por Letícia Fontes
Publicado em 15 de junho de 2021 | 11:46
 
 
 
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Após anunciar a inclusão de lactantes na vacinação contra a Covid-19 em Minas Gerais, o governo do Estado voltou atrás e, agora, informou que espera fazer o anúncio para este grupo nesta semana. Na última sexta-feira (11), o governador Romeu Zema publicou, em suas redes sociais, que gestante, puérperas (até 45 dias após o parto) e lactantes sem comorbidades seriam vacinadas contra a doença, assim que novas doses da Coronavac e da Pfizer chegassem ao Estado. 

No entanto, a medida não foi publicada oficialmente.

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (15), o secretário de Estado de Saúde, Fábio Bacchetti, informou que a inclusão das lactantes ainda depende de uma nota técnica da Comissão Intergestota Bipartite da SES. 

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“Foi deixada para esta semana essa discussão, mas, ao que tudo indica, também será deliberado que lactante será um grupo prioritário”, afirmou o secretário. Ele ainda explicou que a inclusão de gestantes e puérperas no grupo prioritário se deu devido a uma mudança no entendimento nos protocolos de vacinação. 

“Gestantes e puérperas sem comorbidades já podem ser vacinadas. Essa deliberação veio porque o entendimento inicial, lá no início do processo de vacinação, de que gestantes não eram grupos de risco, mudou. Gestante é um grupo de risco, possui maior letalidade que um grupo normal, do que uma mulher não gestante (por exemplo)”, pontuou. 

Na última semana, todas as gestantes foram incluídas no grupo prioritário de vacinação contra Covid-19 em Minas Gerais. Mas a imunização vai depender ainda da chegada de remessas das vacinas da Coronavac e da Pfizer no Estado. 

Atualmente, a taxa de letalidade de gestantes e puérperas em Minas é o dobro em relação à população em geral. Segundo dados do DataSus, a letalidade entre grávidas puérperas é 105,3% superior do que a média da população geral no Estado. No ano passado, 25 grávidas morreram em Minas Gerais. Já nos cinco primeiros meses deste ano, 124 gestantes vieram a óbito, um aumento de 416%. No país, a situação ainda é pior. A taxa de letalidade entre gestantes em decorrência da Covid-19 é de 7,2% – mais que o dobro da atual taxa de letalidade pela doença, que é de 2,8%.

Outro lado

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) informou para receberem as doses, as gestantes sem comorbidades deverão apresentar cartão de pré-natal comprovando sua gestação atual ou, no caso de serem puérperas, comprovação do parto por documento de registro de alta hospitalar ou certificado de nascimento, sem necessidade de outro relatório específico.  

A SES destacou ainda que a imunização deste grupo deve acontecer após avaliação individual de risco e benefício a ser realizada em conjunto com o seu médico.

(Com Cristiano Martins)

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