Três dias depois da chuva

Após temporal, avenida Tereza Cristina ainda tem pontos sem asfalto

Prefeitura de Belo Horizonte alega que funcionários ainda trabalham na limpeza da via

Por Carolina Caetano
Publicado em 18 de janeiro de 2021 | 14:02
 
 
 
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Três dias após o temporal que atingiu Belo Horizonte, alguns pontos da avenida Tereza Cristina, uma das principais da região Oeste, ainda tem pontos que estão sem as placas de asfalto - arrancadas durante a chuva. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (18), os trabalhos ainda prosseguem no trecho.

 Na última sexta-feira (15), a chuva causou estragos em vários pontos da cidade. O pedreiro Daniel Martins Ferreira e Silva, de 36 anos, mora há dois meses em uma kitnet na avenida Tereza Cristina. 

Pensando em sair do aluguel, ele começou a comprar alguns móveis, que foram levados pela enxurrada. "Eu estava lavando um fogão, uma geladeira e um armário para montar meu barraco e sair do aluguel. A chuva veio de uma vez e não deu para segurar nada'', afirmou. 

Há nove meses, Vítor Manoel, de 20 anos, aluguel uma loja na mesma via para montar um ferro-velho, que também funciona como bar. Um dia antes da chuva, ele tinha comprado uma máquina de música por R$ 1.500. "A água entrou aqui, chegou na metade da parede e molhou tudo. Falta pagar ainda R$ 300 da máquina, e ela não funciona mais. Vou ter que continuar aqui porque preciso trabalhar", afirmou. 

Trânsito 

Quem precisou passar pela avenida nesta manhã precisou ter paciência. Em alguns trechos da avenida Tereza Cristina, o trânsito era liberado em apenas meia pista, o que gerou retenções. 

Trabalhos da PBH

Por meio de nota, a Prefeitura de Belo Horizonte  (PBH) informou que cerca de 80 funcionários atuaram durante o fim de semana para a limpeza dos locais atingidos pela chuva.

Nesta segunda, ainda conforme o município, os trabalhos prosseguem para desobstrução de bocas de lobo e levantamento de danos para os reparos necessários. 

Questionada em relação às obras feitas na avenida Tereza Cristina há menos de um ano, também devido à chuva, a PBH alegou que "é importante esclarecer que a Sudecap exige rigor na qualidade do asfalto e dos trabalhos executados pelas empresas, sempre atendendo às normas vigentes. Mas nenhum pavimento resiste a uma grande quantidade de chuva em um curto período de tempo, como ocorreu na última sexta-feira".

Veja o comunicado na íntegra:

"A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), informa que as equipes atuaram intensivamente nos locais afetados pelas chuvas nas nove regionais da cidade com cerca de 80 trabalhadores. Durante o final de semana foram feitas limpezas de bocas de lobo, recolocação de grelhas arrancadas pela força das águas, desobstrução das vias para restabelecimento do trânsito nos locais e levantamento dos danos. A Sudecap recolheu um total de 1.670 toneladas de resíduos entre o sábado, dia 16, e o domingo, dia 17. Hoje, os serviços de continuam com trabalhadores atuando na limpeza, desobstrução de bocas de lobo e levantamento de danos para providenciar os reparos necessários. 

É importante esclarecer que a Sudecap exige rigor na qualidade do asfalto e dos trabalhos executados pelas empresas, sempre atendendo às normas vigentes. Mas nenhum pavimento resiste a uma grande quantidade de chuva em um curto período de tempo, como ocorreu na última sexta-feira.

A Sudecap informa ainda que concluiu em maio de 2020 os trabalhos de recuperação da avenida Teresa Cristina em decorrência das fortes chuvas de janeiro e fevereiro daquele ano. Foram executados os serviços de desobstrução da via, do sistema de drenagem e restabelecimento do pavimento asfáltico em um trecho de 5,25 km, entre ruas Quéops e Ana Carolina com investimento de aproximadamente R$ 5,4 milhões.

No mês de março de 2020 foram iniciadas as obras de construção da bacia de detenção do bairro das Indústrias, na região do Barreiro. O equipamento terá a função de armazenar o volume excessivo de água durante as chuvas intensas para reduzir o risco de inundações na avenida Teresa Cristina. A bacia será capaz de deter 120 milhões de litros d’água, liberando esse volume aos poucos após as chuvas para não sobrecarregar o canal do Ribeirão Arrudas. As obras são executadas pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e o investimento é de R$ 28,9 milhões com financiamento do Governo Federal. 

Nos últimos anos, a Prefeitura executou diversas intervenções para mitigar as enchentes na região. Foram implantadas duas bacias no córrego Túnel/Camarões na região do Barreiro, que também faz parte da bacia do Arrudas, capaz de reter 400 milhões de litros d´água. Foram concluídas também as bacias de detenção da primeira etapa do Córrego Olaria/Jatobá (que terá capacidade de reter 250 milhões de litros quando as duas etapas estiverem concluídas), e a bacia de detenção do Córrego Bonsucesso (com capacidade de 250 milhões de litros). Juntas, todas essas bacias serão capazes de armazenar quase 1 bilhão de litros d´água.

Essas obras da Prefeitura diminuem de maneira expressiva os impactos das chuvas na região da avenida Teresa Cristina. Entretanto, ainda assim, para reduzir o risco das inundações nesta avenida, também é necessária a conclusão das intervenções no córrego Ferrugem em Contagem, iniciadas pelo Governo do Estado, nas quais estavam previstas a construção de três bacias de detenção.

O tráfego na avenida Teresa Cristina está liberado nos dois sentidos, mas em alguns trechos há funcionamento em meia pista. Esses locais estão sinalizados para segurança dos usuários. Agentes manterão o monitoramento na via. A orientação é que os motoristas trafeguem devagar no trecho em que os asfalto foi danificado e assim evitar situações de risco e acidentes".

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