Uma ideia infeliz de uma avó em Divinópolis, região Centro-Oeste de Minas, resultou em polêmica e tumulto em um supermercado da cidade na tarde desta quinta-feira (23). Com a impaciência da neta, de 2 anos, em fazer compras, Neuza Ângela de Almeida, de 56 anos, resolveu a agitação da menina a amarrando em sua bolsa.
Para isso, a dona de casa utilizou a alça da bolsa de couro. A avó da menina desafivelou um lado da corda e passou pela cintura da menina, mantendo o outro lado preso. A cena teria causado revolta entre os clientes do estabelecimento que chamado a polícia. “Os populares chegaram a informar que a menina estava gritando e sendo arrastada pela avó nos corredores do comércio”, contou o sargento Oliveira da Polícia Militar da cidade.
Após a chegada da polícia, Neuza teria tentado justificar o ato. “A senhora informou ao policiais que tinha apenas tentado conter a agitação da menina que corria de um lado para o outro no supermercado e para que não a perdesse, resolveu amarrá-la à bolsa”, contou o investigador Edivar, da Polícia Civil.
Na delegacia, a avó da criança informou tomar conta da menina enquanto a filha trabalha e que estaria acostumada a agir desta maneira. O Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar o caso.
Outro lado
Segundo o delegado de plantão, Danilo Ferraz, a avó da criança teria apenas resguardado a neta. "É uma senhora de idade e com limitações de locomoção. Durante os depoimentos constatei apenas o zelo da senhora. Isso não caracteriza crime", disse.
Ainda de acordo com Ferraz, mesmo com todo tumulto gerado no supermercado nenhum cliente havia se apresentado na delegacia para denunciar o suposto mal trato. "Nenhuma pessoa que ligou para Polícia Militar veio a delegacia. Nada ficou provado que a avó maltratou a criança. Acho que as pessoas deveriam ficar alarmadas é com crianças dormindo na rua, desaparecidas, pessoas passando fome e não com o zelo de uma avó", completou.
Ferraz ainda fez duras críticas a atuação do conselho tutelar. "Fiquei espantado em ver que nenhum representante do conselho compareceu a delegacia para acompanhar o caso. Isso deveria ter sido feito já que a abordagem em tirar a menina da avó foi bastante traumática para a criança".
Agora, o caso ficará a cargo da Delegacia de Proteção à Família de Divinópolis. Após ser ouvida pela polícia, Neusa foi liberada.