Absurdo

Avó amarra corda em cintura de neta em supermercado de Divinópolis

Coleira seria utilizada para controlar agitação de menina de apenas dois anos. Situação causou revolta entre clientes do estabelecimento

Por GABRIELA SALES
Publicado em 23 de maio de 2013 | 20:00
 
 
 
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Uma ideia infeliz de uma avó em Divinópolis, região Centro-Oeste de Minas, resultou em polêmica e tumulto em um supermercado da cidade na tarde desta quinta-feira (23). Com a impaciência da neta, de 2 anos, em fazer compras, Neuza Ângela de Almeida, de 56 anos, resolveu a agitação da menina a amarrando em sua bolsa.

Para isso, a dona de casa utilizou a alça da bolsa de couro. A avó da menina desafivelou um lado da corda e passou pela cintura da menina, mantendo o outro lado preso. A cena teria causado revolta entre os clientes do estabelecimento que chamado a polícia. “Os populares chegaram a informar que a menina estava gritando e sendo arrastada pela avó nos corredores do comércio”, contou o sargento Oliveira da Polícia Militar da cidade.

Após a chegada da polícia, Neuza teria tentado justificar o ato. “A senhora informou ao policiais que tinha apenas tentado conter a agitação da menina que corria de um lado para o outro no supermercado e para que não a perdesse, resolveu amarrá-la à bolsa”, contou o investigador Edivar, da Polícia Civil.

Na delegacia, a avó da criança informou tomar conta da menina enquanto a filha trabalha e que estaria acostumada a agir desta maneira. O Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar o caso.

Outro lado

Segundo o delegado de plantão, Danilo Ferraz, a avó da criança teria apenas resguardado a neta. "É uma senhora de idade e com limitações de locomoção. Durante os depoimentos constatei apenas o zelo da senhora. Isso não caracteriza crime", disse.

Ainda de acordo com Ferraz, mesmo com todo tumulto gerado no supermercado nenhum cliente havia se apresentado na delegacia para denunciar o suposto mal trato. "Nenhuma pessoa que ligou para Polícia Militar veio a delegacia. Nada ficou provado que a avó maltratou a criança. Acho que as pessoas deveriam ficar alarmadas é com crianças dormindo na rua, desaparecidas, pessoas passando fome e não com o zelo de uma avó", completou.

Ferraz ainda fez duras críticas a atuação do conselho tutelar. "Fiquei espantado em ver que nenhum representante do conselho compareceu a delegacia para acompanhar o caso. Isso deveria ter sido feito já que a abordagem em tirar a menina da avó foi bastante traumática para a criança".

Agora, o caso ficará a cargo da Delegacia de Proteção à Família de Divinópolis. Após ser ouvida pela polícia, Neusa foi liberada.

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