Avô é morto a pauladas ao tentar defender neta de ex-namorado em Belo Horizonte

Um homem de 35 anos suspeito de matar o avô de criação da sua ex-namorada foi preso nessa terça-feira (14). Após a mulher não aceitar reatar a relação, o homem a atacou em um bar no bairro João Pinheiro, região Oeste de Belo Horizonte, e o avô, de 56 anos, foi morto ao tentar proteger a vítima. 

De acordo com o chefe da Divisão Especializada em Investigação de Crimes Contra a Vida (DICCV), Frederico Abelha, o avô e o suspeito eram amigos. Foi em meio a um encontro dos dois que o investigado reviu a ex-namorada. “No dia dos fatos, o suspeito foi à casa da vítima, acabou se deparando com sua ex-namorada, e tentou reatar o relacionamento”, conta.

A mulher, de 27 anos, negou retomar o namoro, que durou cerca de quatro meses, e foi para um bar da região acompanhada do avô. Pouco tempo depois, o suspeito chegou ao local e agrediu a ex com uma lata de cerveja, o que a fez perder os sentidos momentaneamente.

Segundo o delegado que coordena as investigações, Lucas Alves, o homem foi expulso do bar, se dirigiu até um campo de futebol próximo e voltou segurando um pedaço de madeira. Nesse momento, o avô tentou resolver o problema. “Como eles já eram amigos, frequentavam o mesmo bar há um bom tempo, o avô falou que ia conversar com ele [investigado] para encerrar o assunto”, conta.

A neta tentou avisar o avô, pedindo para que ele não fosse ao encontro do ex-namorado. Sem escutá-la e achando que poderia conversar com o homem, ele foi atingido com vários golpes na região da cabeça e não resistiu. 

O suspeito, em seguida, entrou no bar para atacar a ex-companheira novamente, mas ela conseguiu se defender ao atingi-lo com uma garrafada. 

“Essa trágica história tem como pano de fundo, mais uma vez, a violência contra a mulher. Ele [suspeito] não se conformava com o fim do relacionamento e insistia em retomar a sua relação com a vítima do feminicídio tentado. Quando seu avô veio a intervir, acabou sendo vitimado com diversas pauladas”, destaca a chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Letícia Gamboge.

Não é a primeira vez que o homem se envolve em crimes de violência contra a mulher, ele acumula cinco medidas protetivas em prol de mulheres distintas. Uma delas, a ex-namorada que perdeu o avô. 

Além do homicídio qualificado, o suspeito poderá responder criminalmente pela tentativa de homicídio contra a ex-namorada.

Como denunciar 

Para que as medidas necessárias de proteção à vítima e de responsabilização do agressor sejam providenciadas, a Polícia Civil reforça a importância da denúncia sobre casos de violência doméstica e familiar. “É imprescindível a conscientização da população para que as mulheres não se inibam em situações de violência”, adverte Gamboge.

• Os registros podem ser feitos na unidade policial mais próxima ou por meio da Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (disque 180) ou do Disque-Denúncia Unificado (disque 181).
• Pela Delegacia Virtual, podem ser registrados casos de ameaça, lesão corporal e vias de fato, além de descumprimento de medida protetiva. Por meio da plataforma digital, as vítimas ainda podem solicitar a medida protetiva enquanto estiverem fazendo o registro.