Praia de Minas

Banho de lagoa vira alternativa para fugir do calor acima de 36ºC em BH

Semana deve bater recordes de temperaturas máximas, com até 39ºC entre quinta e sexta-feira

Por Hermano Chiodi
Publicado em 12 de novembro de 2023 | 16:40
 
 
 
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A onda de calor que tomou conta de Minas Gerais neste fim de semana fez a alegria dos banhistas que invadiram  Várzea das Flores, neste domingo (12), na região metropolitana da capital. Os termômetros chegaram aos 36,1°C, de acordo com as medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e serviram de justificativa para se jogar na lagoa e fugir do calor.

Lucileia Ribeiro, dona de casa, trouxe a família para passar o dia na lagoa. “É o jeito que a gente tem pra enfrentar o calor. A gente gosta também de cachoeiras, mas a solução aqui perto é a Várzea das Flores”, conta.

A lagoa tem bares na orla, mas as famílias que visitam o local preferem levar os próprios lanches. “O churrasco, a alegria, tudo isso é família é união com Cristo” conta Izabela Goulart, de uma igreja evangélica no Nova Granada, em Belo Horizonte e faz parte de uma turma com 18 pessoas que se juntou para confraternizar e fugir do calor na beira da lagoa.

“Trouxemos três barracas, quando alguém quiser descansar entra. Tem lanche para o café, almoço, churrasco, tudo preparado. A gente dividiu e trouxe para todo mundo”, afirma.

Perigos

O histórico de acidentes da Lagoa Várzea das Flores, em especial em dias quentes e orla cheia, mostra que é preciso cuidado. Em 24 de setembro, quando os termômetros chegaram a 37,1ºC, três pessoas morreram afogados em um único domingo. A situação deixa os banhistas atentos, mas não menos animados.

“Dá muito medo. É muito perigoso. A gente sempre tem que estar de olho, com as crianças perto da gente. E seguindo a recomendação dos bombeiros: água no umbigo é sinal de perigo. Se elas se afastam muito a gente chama de volta”, afirma Lucileia Ribeiro, que trouxe a filha e a sobrinha.

Comerciantes

Festa para quem se diverte no calor e festa também para quem está na Lagoa trabalhando, como é o caso de Rafael Primo, vendedor de picolés. “A gente vem, ajuda as pessoas a aliviar o calor, a se refrescar num dia quente igual a esse, e ainda aproveita para ganhar umas moedas, o que muito bom também”, brinca.

Razões do calor

O meteorologista Ruibran dos Reis, do Instituto Climatempo explica que o calor é resultado de uma massa de ar quente que impede a formação de nuvens sobre Minas Gerais e sobre a região central do Brasil. Ele conta que a situação é uma das consequências do “El Ninho”, fenômeno caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico. 

“A previsão durante a semana é de temperaturas em elevação na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com temperaturas máximas entre quinta e sexta-feira, com temperatura prevista próxima dos 39º C, podendo bater novamente recordes de máximas”, afirma.
Ruibran Reis explica que novembro deve seguir com baixa frequência de chuvas com chegada de chuvas apenas no fim do mês, com risco de tempestades e granizos em algumas regiões do Estado.

“Em anos de ‘el ninho’ os temporais são mais frequentes, são chuvas com raios, rajadas de ventos localizadas, e até mesmo granizo. Isso pode acontecer no Sul de Minas, Zona da Mata e até Região Metropolitana entre os dias 20 e 23 de novembro, com a chegada de uma frente fria, que vai romper esse bloqueio atmosférico (do ar quente) e para dezembro também. 

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