CASO DE UBERLÂNDIA

Bebê arrancado da barriga da mãe irá para abrigo até DNA ficar pronto

Avó materna fará exame para comprovar parentesco; menina segue internada e visitas estão suspensas até resultado ficar pronto

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 24 de agosto de 2016 | 13:42
 
 
 
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A pequena Alícia Marianny, que foi arrancada da barriga da mãe em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, poderá ir para um abrigo caso o DNA que comprove o parentesco com a avó materna não fique pronto antes que a menina receba alta médica. A informação foi confirmada pelo Conselho Tutelar na tarde desta quarta-feira (24).

De acordo com a conselheira tutelar Larissa Nira Cabral Arantes e Ferreira, o órgão acompanha a família e o caso já foi para a Vara da Infância e Juventude de Uberlândia, onde parentes da menina moram. “Fomos acionados na segunda-feira, quando a criança foi localizada. Desde então estamos esperando a Justiça fazer o pedido do exame. No entanto, não sabemos quando será e a data para que fique pronto”, disse.

Ainda conforme a conselheira, existem fortes indícios do parentesco, mas, por questões de segurança, é necessário a realização do exame. “A menor está bem, segundo o Hospital das Clínicas, porém vai precisar ficar alguns dias a mais na instituição. Caso receba alta médica antes do teste do DNA, ela será encaminhada ao acolhimento. Entendemos que para a criança o melhor sempre é ir para o seio familiar, mas é necessário que todos os procedimentos legais sejam feitos”, afirmou Larissa.

Enquanto o exame não é feito e o resultado divulgado, as visitas ao bebê também foram suspensas. A família de Greciara esteve na instituição na segunda e terça. “A decisão partiu do próprio hospital e o Conselho Tutelar apoiou. Foi um caso de grande repercussão e precisamos resguardar a criança. Estamos fazendo de tudo para que a situação seja resolvida de forma rápida”, finalizou a conselheira.

A reportagem de O TEMPO fez contato com a assessoria de imprensa do Hospital das Clínicas de Uberlândia, mas foi informada que apenas o Conselho Tutelar vai se manifestar em relação à Alícia. A família materna da criança já foi informada da suspensão das visitas e da necessidade do DNA.

“Minha mãe aguarda ser chamada para fazer esse exame. Queremos resolver logo para ter a Alícia aqui em casa. Vamos cuidar dela para minha irmã”, disse Greiciele Belo, de 21 anos, irmã mais velha de Greiciara.

Doações

Desde a última segunda, amigos de Greiciara fazem uma campanha em redes sociais com o objetivo de arrecadarem doações para a criança. Entre os itens pedidos estão fraldas, leite em pó e lenços umedecidos.

“Estamos agradecendo muito aos amigos da minha irmã que resolveram nos ajudar. Sabemos que criança nova gasta muita fralda e toda ajuda é bem-vinda. Os policiais que encontraram a Alícia compraram uma lata de leite e entregaram no hospital para ajudar. Esse apoio nos fortalece diante desse momento de dor que estamos passando”, disse Greiciele. 

FOTO: FACEBOOK / REPRODUÇÃO
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Quarto da criança já está pronto

Pai da criança

Em relação ao pai da criança, a irmã da jovem assassinada disse que Greiciara estava em um relacionamento. No entanto, ela chegou a ter uma recaída com o ex-namorado.

“A dúvida em relação a quem é o pai existe, mas minha irmã tinha quase 100% de certeza que a menina é do atual namorado. Ele já disse que aceita fazer o exame de DNA e, se for dele, vai ajudar no quer for preciso e deixar a guarda com a minha mãe”, disse a mulher.

O ex-namorado, segundo a irmã, já teria dito à Greiciara que não assumiria a filha. 

Investigações continuam

Após a prisão de quatro suspeitos do crime, as investigações ainda continuam e a Polícia Civil ainda tenta localizar duas outras pessoas que estão foragidas. Até esta quarta-feira (24), da família da vítima, apenas a mãe prestou depoimento. Outros parentes devem ser ouvidos nos próximos dias.

O desaparecimento e o crime

Greiciara foi vista pela última vez na última quinta-feira (18) na casa da mãe. Ela saiu após receber uma ligação de uma pessoa afirmando que tinha roupas de criança para doar. Como a filha não retornou, a mãe registrou um boletim de desaparecimento.

Já nesse domingo (21), a vítima foi encontrada dentro de uma represa, em Ituiutaba, na mesma região, com a barriga aberta. No fim da tarde da segunda, a Polícia Civil prendeu quatro pessoas que são suspeitas de participação no crime.

Os presos são uma mulher de 30 anos, que teria “encomendado” a criança  para evitar o término do relacionamento com um homem rico, dois jovens de 22 e 24 anos e uma enfermeira de 60 anos. Todos eles foram detidos em flagrante pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, sequestro, ocultação de cadáver e subtração de incapaz.

Investigações apontaram que a jovem foi dopada com um éter já perto da represa de Ituiutaba. Em seguida, a enfermeira fez uma cirurgia improvisada. Logo depois, Greiciara  foi envolvida em uma tela, amarrada a uma pedra e jogada na represa.

A mulher que pediu a criança pagaria R$ 2.000, roupas, celular e cortes de cabelo para os envolvidos no crime. 

FOTO: PC / DIVULGAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Suspeitos foram apresentados à imprensa nessa terça

Atualizada às 16h19

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