A pequena Alícia Marianny, que foi arrancada da barriga da mãe em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, recebeu alta médica e foi para casa da avó materna nessa segunda-feira (29). De acordo com familiares, a menina está no quarto preparado pela vítima Greiciara Belo Vieira, de 19 anos, que foi localizada morta em uma represa.
A menina estava internada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), cidade em que a família mora, desde o dia 22 de agosto, quando foi encontrada escondida em uma casa.
A avó da criança solicitou a guarda provisória na Vara da Infância e Juventude e, no dia 24, o juiz José Roberto Poiani acatou o pedido.
A promotoria solicitou à Justiça que a realização do exame de DNA para comprovar o parentesco entre avó e neta aconteça o mais rápido possível. Assim que ficar confirmado, a criança poderá ser registrada. A guarda definitiva também só sairá após a confirmação do parentesco pelo exame.
Pai da criança
Em entrevista à reportagem de O TEMPO na última semana, a irmã da vítima Greiciele Belo disse que Greiciara estava em um relacionamento. No entanto, ela chegou a ter uma recaída com o ex-namorado.
“A dúvida em relação a quem é o pai existe, mas minha irmã tinha quase 100% de certeza que a menina é do atual namorado. Ele já disse que aceita fazer o exame de DNA e, se for dele, vai ajudar no quer for preciso e deixar a guarda com a minha mãe”, disse a mulher.
O ex-namorado, segundo a irmã, já teria dito à Greiciara que não assumiria a filha.
O desaparecimento e o crime
Greiciara foi vista pela última vez na última quinta-feira (18) na casa da mãe. Ela saiu após receber uma ligação de uma pessoa afirmando que tinha roupas de criança para doar. Como a filha não retornou, a mãe registrou um boletim de desaparecimento.
No dia 21, a vítima foi encontrada dentro de uma represa, em Ituiutaba, na mesma região, com a barriga aberta. No fim da tarde da segunda, a Polícia Civil prendeu quatro pessoas que são suspeitas de participação no crime.
Os presos são uma mulher de 30 anos, que teria “encomendado” a criança para evitar o término do relacionamento com um homem rico, dois jovens de 22 e 24 anos e uma enfermeira de 60 anos. Todos eles foram detidos em flagrante pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, sequestro, ocultação de cadáver e subtração de incapaz.
Investigações apontaram que a jovem foi dopada com um éter já perto da represa de Ituiutaba. Em seguida, a enfermeira fez uma cirurgia improvisada. Logo depois, Greiciara foi envolvida em uma tela, amarrada a uma pedra e jogada na represa.
A mulher que pediu a criança pagaria R$ 2.000, roupas, celular e cortes de cabelo para os envolvidos no crime. Nesta terça-feira (30), outros dois envolvidos no crime, jovens de 19 e 27 anos, foram localizados e presos pela Polícia Civil.