Prevenção

BH adota estratégias para conter novas variantes e aumento de casos de Covid

Capital realiza testagem de pacientes com sintomas da doença como forma de monitorar novas variantes; 221 mil testes foram feitos na rede municipal de saúde em 2023

Por Lucas Gomes e Rayllan Oliveira
Publicado em 06 de novembro de 2023 | 14:57
 
 
 
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Belo Horizonte tem adotado estratégias para conter as novas variantes e a crescente de casos positivos de Covid-19. Entre os dias 5 de outubro e 1º de novembro, a capital mineira confirmou 1.776 casos da doença. O número é 179% maior que os 988 casos confirmados entre os dias 6 e 27 de setembro. Os dados estão disponíveis nos boletins epidemiológicos da prefeitura de Belo Horizonte. No entanto, conforme a Secretaria Municipal de Saúde, os casos podem ter ocorrido em períodos diferentes da data de divulgação nos boletins.

O cenário epidemiológico na capital é semelhante ao de Minas. O estado teve um aumento de 31% dos casos entre os meses de outubro e setembro. A crescente dos resultados positivos da doença é justificada pela circulação da EG5.1, chamada de éris, uma subvariante da linhagem da ômicron. Para conter o avanço dessa e de outras subvariantes, a prefeitura de Belo Horizonte tem apostado na testagem como forma de monitoramento da doença.

“A nossa principal estratégia é a vacinação. Porém, temos destinados os testes da rede pública de saúde para aqueles pacientes que possuem algum sintoma característico da doença, como febre, dor de cabeça, tosse, entre outros. Restringir esses testes é uma forma de observar se o vírus passa por alguma alteração, e isso ajuda a identificar se tem alguma nova subvariante em circulação”, explica o subsecretário de Promoção e Vigilância à Saúde de Belo Horizonte, Fabiano dos Anjos.

Ele afirma que o protocolo adotado na cidade segue a uma recomendação do Ministério da Saúde. Em 2023, cerca de 221 mil testes para a detecção da Covid-19 foram realizados na rede própria do município. “Anteriormente, a gente testava toda a população. Porém, quando a gente reduz a contaminação, o que ocorreu após a vacinação, a gente limita esses testes para quem apresenta os sintomas. É uma forma de avaliar se a doença está apresentando alguma mudança”, detalha.

O monitoramento feito por meio dos testes, realizado pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), é uma forma, segundo a prefeitura de Belo Horizonte, de acompanhamento precoce das novas variantes. Os resultados dessa medida servem para orientar as ações adotadas na capital, como a recomendação do uso de máscaras e a restrição da circulação de pessoas, quando necessário. Atualmente, a única orientação da Secretaria Municipal de Saúde é a utilização de máscaras para pessoas imunossuprimidas ou com sintomas da doença.

“Nós temos acompanhado esse aumento da positividade dos testes, principalmente por causa dessa subvariante, mas, felizmente, esses novos casos não têm provocado internações ou óbitos. Ou seja, a positividade, por si só, não é um parâmetro para mudar as estratégias de controle da transmissão da Covid. A gente teria que ter algum outro elemento, como a sobrecarga na rede de assistência à saúde, a falta de leitos, entre outros. Mas não estamos vivenciando essa realidade no município”, afirma o subsecretário.

A preocupação na capital, no entanto, se dá pela baixa cobertura vacinal. Conforme levantamento, apenas 24% da população com idade entre 18 e 59 anos recebeu a dose da bivalente. O índice de imunização é ainda menor entre crianças e adolescentes. Apenas 7,9% das crianças com idade entre 6 meses e 2 anos receberam a terceira dose. Na faixa etária entre 5 e 11 anos, o índice é de 15,1%. A orientação é de que 90% da população seja vacinada.

“As pessoas precisam entender do quanto é importante se vacinar com a bivalente. É um imunizante que apresenta uma resposta melhor e que oferece uma maior proteção a essas subvariantes, principalmente da ômicron”, argumenta o subsecretário de Promoção e Vigilância à Saúde de Belo Horizonte, Fabiano dos Anjos.

Ele também recomenda atualização do esquema vacinal para crianças e adolescentes. “Só consideramos que uma criança de até 2 anos está completamente vacinada quando ela recebe as três doses, e infelizmente são poucas as que receberam a terceira dose. Essa é a melhor forma de prevenção da doença e ela está disponível para a população nos centros de saúde”, acrescenta dos Anjos.

Mortes

Conforme o último boletim epidemiológico, divulgado pela prefeitura de Belo Horizonte, cinco mortes por Covid-19 foram confirmadas na capital entre os dias 25 de outubro e 1º de novembro. Os óbitos podem ter ocorrido em outro período do ano, mas o resultado da investigação só foi obtido na semana de publicação do boletim.

“A capital não tem nenhuma morte por Covid desde o dia 20 de outubro”, garante o subsecretário de Promoção e Vigilância à Saúde de Belo Horizonte, Fabiano dos Anjos.

Em 2023, 92 pessoas morreram vítimas da doença em Belo Horizonte. Deste total, 49 são homens e 43 mulheres. Conforme o boletim de ocorrência, o maior número de mortes ocorreu com a população acima dos 60 anos - foram 79 óbitos confirmados entre este público.

A capital mineira teve ainda 9 mortes de pessoas com idades entre 40 e 59 anos, duas com idades entre 15 e 19, além de duas crianças, sendo uma delas com idade entre 1 e 4 anos, e outra com menos de 1 ano. “São pessoas imunossuprimidas ou que possuem diagnóstico de alguma doença. No caso do bebê, era um menino de quatro meses que tinha comorbidades”, explica o subsecretário. 

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